Finanças
Ibovespa fecha o dia em queda, mas com ganho de 1,02% na semana; dólar cai
Preocupação com com alta de juros no exterior e tensões entre Lula e Banco Central ficaram no radar dos investidores.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o pregão desta sexta-feira (17) em queda, com o mercado preocupado pelo ambiente negativo no exterior em meio a receios com o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. O dólar também recuou.
No dia, o Ibovespa fechou em queda de 0,70%, aos 109.177 pontos. O dólar caiu 0,95%, a R$ 5,1614. Já na semana, o indicador encerrou com ganho de 1,02%, e a moeda norte-americana com perda de 1,16%.
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Agentes financeiros repercutiram nesta sexta-feira novos balanços de empresas brasileiras, entre eles os da Vale (VALE3) e Lojas Renner (LREN3).
O movimento dos mercados brasileiros acompanhou a tendência no cenário externo. Na visão da equipe do Departamento de Economia do Bradesco, a cautela predominou nos mercados internacionais, diante dos temores de que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), conduza um ciclo de aumento de juros mais intenso.
Lula x BC
O noticiário envolvendo as disputas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Banco Central do Brasil seguiram no radar, mesmo depois de a especulação do mercado financeiro de que o governo poderia eventualmente elevar a meta de inflação não ter se concretizado no encontro do Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira (16).
Investidores também repercutiram novas declarações de Lula entre elas de que avalia que não há problema em manter a autonomia do Banco Central se ela se mostrar positiva. As falas foram feitas em entrevista à CNN Brasil, na qual Lula também disse que não tem interesse em brigar com o presidente do BC, Roberto Campos Neto,
Para a equipe da Guide Investimentos, apesar de alguns pontos polêmicos, o tom das críticas diminuiu. Já Alexandre Viotto, chefe de banking da EQI Investimentos, diz que a tensão entre governo e Banco Central “deu uma acalmada” no final desta semana, mas a incerteza no mercado tende a continuar, também sob efeito de temores fiscais.
“Quando a gente vê o governo usando os canais de comunicação para falar que tem que ter uma meta de inflação mais alta e uma taxa de juros mais baixa… isso faz o real se desvalorizar”, disse Viotto. “O que tem segurado o dólar é justamente o diferencial de juros que tem entre Brasil e outras economias concorrentes.”
Destaques da B3
Vale
A ação da Vale (VALE3) encerrou em queda de 1,50%, negociada a R$ 87,85. No dia anterior, a mineradora divulgou seu balanço do quarto trimestre de 2022, que veio em linha com as expectativas do mercado.
Embraer
A ação da Embraer (EMBR3) fechou em alta de 1,97%, a R$ 16,56. A companhia informou nesta sexta-feira que despachou 80 aeronaves a clientes no quarto trimestre, das quais 30 aviões comerciais e 50 jatos executivos, segundo comunicado ao mercado.
Já a carteira de pedidos firmes atingiu US$ 17,5 bilhões no final do ano passado.
Hypera
O papel da Hypera (HYPE3) recuou 4,90%, a R$ 44,06. Na véspera, a farmacêutica divulgou um lucro líquido de R$ 431,7 milhões para o quarto trimestre de 2022, alta de 18% ante igual período do ano anterior.
Analistas, em média, projetavam lucro de R$ 433,3 milhões no quarto trimestre, segundo a Refinitiv.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de ações de Wall Street abriram em baixa nesta sexta devido a temores de que a aceleração da inflação diante de uma economia robusta dos Estados Unidos possa levar o Fed a agir com cautela ao manter sua política monetária restritiva (juros altos) ao longo do ano.
O Dow Jones tinha variação negativa de 0,06% na abertura, para 33.677,01 pontos. O S&P 500 abriu em queda de 0,32%, a 4.077,39 pontos, enquanto o Nasdaq Composite caía 0,66%, para 11.777,51 pontos na abertura.
Europa
As ações europeias recuaram mais nesta sexta-feira em relação aos maiores níveis em um ano atingidos mais cedo esta semana, com as ações de energia e tecnologia liderando as perdas em meio a crescentes preocupações de que o Federal Reserve manterá sua trajetória de aperto monetário por mais tempo.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,20%, a 464,30 pontos, depois de ter atingido seu nível mais elevado em um ano na sessão anterior, impulsionado pelas ações de blue-chips francesas.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,10%, a 8.004,36 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,33%, a 15.482,00 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,25%, a 7.347,72 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,37%, a 27.751,14 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,06%, a 9.333,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,35%, a 6.022,54 pontos.
Ásia
As ações da China e de Hong Kong caíram nesta sexta-feira, pressionadas pelo setor de tecnologia, e em meio a preocupações do mercado de que o banco central da China possa adiar mais medidas de afrouxamento para sustentar a economia.
Os investidores esperavam anteriormente mais cortes nas taxas de juros pelo banco central chinês. Mas com a expectativa de que o Fed mantenha os juros os EUA mais altos por mais tempo, novos cortes nas taxas da China podem aumentar o diferencial entre os dois países e representar mais desafios econômicos.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,66%, a 27.513 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,28%, a 20.719 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,77%, a 3.224 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,44%, a 4.034 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,98%, a 2.451 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,46%, a 15.479 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,52%, a 3.328 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,86%, a 7.346 pontos.
*Com Reuters.
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