Finanças
Dólar sobe 1% após falas sobre salário mínimo e fortalecimento no exterior
Ibovespa teve alta, com destaque para Vale e Itaú.
O dólar à vista avançou ante o real nesta quarta-feira (18), revertendo as perdas da manhã, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicar possíveis mudanças no salário mínimo, bem como no Imposto de Renda (IR), e diante do fortalecimento da moeda norte-americana no exterior na parte da tarde.
O Ibovespa fechou em alta, com destaque para Vale (VALE3) e Itaú Unibanco (ITUB4), enquanto Americanas (AMER3) caiu mais de 8%, ampliando a mais de 85% a perda desde a eclosão do escândalo contábil da varejista.
No dia, o dólar subiu 1,10%, a R$ 5,1615. O Ibovespa avançou 0,71%, aos 112.228 pontos.
- Cotação do Ibovespa hoje
- Cotação do dólar hoje
- Cotação de criptomoedas hoje
A sessão ainda teve bateria de dados econômicos nos Estados Unidos, falas de membros do Federal Reserve (Fed) e divulgação do Livro Bege, relatório sobre a economia norte-americana publicado pelo banco central dos Estados Unidos.
Salário mínimo
Lula assinou nesta quarta-feira, durante encontro com as centrais sindicais, um despacho determinando que os Ministérios do Trabalho e da Previdência, entre outros, apresentem em 45 dias uma proposta para uma política de valorização do salário mínimo.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho, disse que o grupo também vai debater sobre o novo valor do mínimo.
Sérgio Vale, economista da MB Associados, disse à Reuters que há “uma sinalização de que o salário mínimo vai subir mais do que estava estipulado este ano“.
No dia anterior, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo vai definir o valor do mínimo deste ano a partir de uma negociação com as centrais, mas indicou que a viabilidade de um valor acima dos R$ 1.302 já em vigor dependerá do cálculo do número de beneficiários do INSS, uma vez que uma parcela grande dos pagamentos previdenciários são indexados ao mínimo.
“Será mais uma derrota política de Haddad sobre a qual ele não terá muito o que fazer. Esse é o grande risco. Há uma pressão enorme por gastos reprimidos nos últimos anos e isso vai colocar pressão no fiscal durante todo o governo”, acrescentou Vale.
Cenário externo
A quarta-feira foi marcada pela divulgação de diversos indicadores dos Estados Unidos. O Departamento de Comércio do país informou que as vendas no varejo caíram 1,1% no mês passado, acima do esperado em dezembro, puxadas por um declínio nas compras de veículos motorizados e uma série de outros bens. Economistas consultados pela Reuters estimavam redução de 0,8% nas vendas.
Já o índice de preços ao produtor para a demanda final caiu 0,5% no mês passado, mais do que o esperado em dezembro, diante do declínio nos custos de alimentos e de produtos de energia, oferecendo mais evidências de que a inflação está arrefecendo no país. Nos 12 meses até dezembro, o indicador aumentou 6,2%. Economistas consultados pela Reuters estimavam que os preços ao produtor cairiam 0,1% no mês e avançariam 6,8% na base anual.
A produção manufatureira dos Estados Unidos, por sua vez, caiu 1,3% no mês passado, informou o Federal Reserve, mais do que o esperado em dezembro e o resultado do mês anterior foi mais fraco do que se pensava anteriormente, indicando que a manufatura está perdendo força rapidamente à medida que os custos de empréstimos mais altos prejudicam a demanda por bens. Economistas consultados pela Reuters previam que a produção cairia 0,3%.
Destaques da B3
A Vale encerrou em alta de 1,31%, conforme contratos futuros de minério de ferro subiram nesta quarta-feira após algumas sessões em queda, quando investidores permaneceram à margem com a decisão do planejador estatal da China de reprimir a especulação excessiva do mercado. Analistas do Bradesco BBI reiteraram recomendação ‘outperform’ para Vale e aumentaram o preço-alvo da ação para R$ 120.
As ações da Americanas enfrentaram mais um dia de queda de 8,42%, em meio a um ambiente ainda incerto sobre o destino da varejista após anúncio de inconsistências contábeis, o que pode resultar em pedido de recuperação judicial pela companhia.
No setor, Magazine Luiza (MGLU3) também recuou 6,07%, assim como Via (VIIA3) caiu 6,67%.
Os papéis da Ânima Educação (ANIM3) dispararam 11,62%, depois que o Bank of America (BofA) elevou para compra a recomendação para a ação e o preço-alvo esperado de R$ 6 para R$ 7.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street fecharam em queda nesta quarta-feira depois que dados econômicos fracos e comentários duros com a inflação de autoridades do Federal Reserve provocaram temores de que o banco central norte-americano continuará a endurecer a política monetária, talvez o suficiente para causar uma recessão.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 1,56%, para 3.928,85 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq cedeu 1,25%, para 10.956,95 pontos. O Dow Jones caiu 1,81%, para 33.296,63 pontos.
Europa
As ações europeias marcaram sua mais longa sequência de ganhos desde novembro de 2021 nesta quarta-feira, impulsionadas por balanços corporativos favoráveis, enquanto a confiança com a recuperação econômica da China elevou as ações de luxo, com a Hermes atingindo um recorde histórico em um determinado ponto do pregão.
O índice pan-europeu STOXX 600 teve sexto dia consecutivo de alta, com o impulso de ações de mineração e de tecnologia. O índice já subiu 7,7% em 2023, estimulado pelas expectativas de uma recuperação na economia da China, aliviando as pressões sobre preços em meio a uma queda nos preços do gás natural e expectativas crescentes de uma recessão leve.
- O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,23%, a 457,53 pontos.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,26%, a 7.830,70 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,03%, a 15.181,80 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,09%, a 7.083,39 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,27%, a 26.052,39 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,48%, a 8.933,30 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,50%, a 5.968,13 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China mostraram fraqueza nesta quarta-feira em meio a um volume de negociação reduzido já que muitos trabalhadores urbanos viajaram para o feriado do Ano Novo Lunar, e com alguns investidores realizando lucros diante de preocupações com qualquer incerteza enquanto os mercados estiverem fechados para o festival.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 2,50%, a 26.791 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,47%, a 21.678 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ficou estável, a 3.224 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,17%, a 4.130 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,47%, a 2.368 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,04%, a 14.932 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,28%, a 3.289 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,10%, a 7.393 pontos.
*Com informações da Reuters.
Veja também
- Na contramão dos EUA, Ibovespa recua após vitória do Trump
- A bolsa tinha tudo para decolar em 2024, mas a Selic estragou a festa
- Embraer sobe 715% em 4 anos, quase tanto quanto a Nvidia. Entenda as razões
- Ibovespa recua 1,27%, a 125,8 mil pontos; dólar cai 0,44%
- Dólar fecha a R$5,736, alta de 1,43%; Ibovespa cai 0,2%