O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (22), em dia negativo por pressão da Petrobras e após a coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) entrar com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo uma “verificação extraordinária” do resultado da eleição deste ano. O dólar, por sua vez avançou frente ao real, em meio ainda a dúvidas de investidores sobre como ficará o texto final da PEC da Transição.
No dia, o Ibovespa recuou 0,65%, aos 109,036 pontos. Já o dólar avançou 1,24%, negociado a R$ 5,3762.
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Segundo Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, num cenário já repleto de incertezas, a tentativa de Bolsonaro de questionar as eleições “acrescenta pessimismo em cima de tudo que já temos”, embora tenha dito acreditar que a movimentação do atual presidente não prosperará.
O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinou nesta terça-feira que a coligação de Bolsonaro apresente em 24 horas uma auditoria referente aos dois turnos da eleição, sob pena de indeferimento da ação apresentada mais cedo.
A forte queda das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) também pressionou o indicador para baixo, após o UBS cortar a recomendação das ações para “venda”, em meio às preocupações sobre a estratégia da empresa a partir de 2023. O banco diminuiu o preço-alvo, que antes era de R$ 47, para R$ 22 – um rebaixamento de 53%.
A equipe do UBS avaliou que os próximos anos parecem “mais sombrios do que os picos que a Petrobras atingiu”. JPMorgan e Goldman Sachs já haviam piorado a recomendação para as ações, mas para “neutra”. Os papéis preferenciais e ordinários recuavam acima de 4% no início da tarde.
Foco no teto de gastos e equipe ministerial
“Além de (o mercado) acompanhar o desempenho visto no exterior, as indicações de que o Congresso vai impor limites à PEC ajudam o humor internamente”, avaliou Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora.
Integrantes da equipe de transição e encarregados da negociação com o Congresso estimam estar próximos de fechar um texto de consenso para a PEC, que já poderia, inclusive, iniciar sua tramitação ainda nesta semana, possivelmente na quarta-feira.
Os mercados também aguardam a definição de ministros pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou ao Brasil no domingo, após aproveitar os holofotes de uma viagem internacional.
“Com foco total na PEC de Transição e sinais mais recentes menos preocupantes em termos da duração da excepcionalidade dos gastos sociais fora do teto de gastos, investidores seguem operando o curto prazo em busca de uma leitura menos nebulosa no que tange à trajetória da dívida pública”, disse a Commcor DTVM em nota.
Exterior
Pequim fechou parques, shoppings e museus nesta terça-feira, enquanto mais cidades chinesas retomaram os testes em massa para covid-19, em meio a um aumento de casos que aprofundou a preocupação com a economia e diminuiu as esperanças de uma reabertura rápida.
Os investidores também aguardam a ata da última reunião do Federal Reserve, a ser divulgada na quarta-feira, em busca de pistas sobre os planos de aumentos de juros do banco central norte-americano.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de Wall Street abriram em alta nesta terça-feira, com ganhos em ações da Walgreens e da Best Buy ajudando os investidores a amenizar as preocupações em torno das consequências econômicas das restrições mais rígidas contra a covid-19 na China.
O Dow Jones subia 0,33% na abertura, para 33.810,05 pontos. O S&P 500 ganhava 0,39%, a 3.965,51 pontos, enquanto o Nasdaq Composite tinha alta de 0,31%, para 11.058.559 pontos.
Europa
As ações europeias subiram nesta terça-feira, impulsionadas pela recuperação das ações de petróleo após perdas na sessão anterior, com os investidores no aguardo da próxima série de dados em busca de indicações sobre a saúde econômica do continente em meio aos sinais mistos das autoridades sobre a trajetória dos juros.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,7%, depois de atingir seus níveis mais fortes em três meses mais cedo no dia.
O índice STOXX 600 subiu quase 15% em relação às mínimas de setembro, impulsionado por uma série de fatores, incluindo balanços corporativos acima do esperado, apesar dos crescentes temores sobre uma recessão na zona do euro.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,03%, a 7.452,84 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,29%, a 14.422,35 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,35%, a 6.657,53 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,96%, a 24.590,50 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,00%, a 8.325,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,40%, a 5.846,61 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações de Hong Kong caíram pelo quinto dia consecutivo nesta terça-feira em meio ao agravamento da situação da Covid-19 na China, embora as ações da China tenham sido ajudadas por novos movimentos para sustentar o setor imobiliário em dificuldade.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,61%, a 28.115 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,31%, a 17.424 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,13%, a 3.088 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,01%, a 3.769 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,59%, a 2.405 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,64%, a 14.542 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,28%, a 3.259 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,59%, a 7.181 pontos.
*Com informações da Reuters.
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