Finanças
Ibovespa fecha em alta mesmo com recuo de Petrobras; dólar sobe
Papéis da petroleira tiveram desempenho negativo em dia de mudança na sua presidência.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, reverteu a queda e encerrou o pregão com leve avanço nesta terça-feira (24), mesmo com a queda nos papéis da Petrobras (PETR3; PETR4), após o governo federal ter decidido promover uma nova troca de comando na da companhia. O mercado também reagiu ao dado da inflação medida pelo IPCA-15 em maio, que veio acima do estimado pelo mercado, embora com desaceleração firme ante abril.
O dólar oscilou entre perdas e ganhos expressivos e acabou encerrando as operações no mercado à vista com apenas modesta alta, conforme a moeda manteve sua consolidação no exterior um dia antes de o banco central norte-americano emitir nova sinalização de política monetária.
No dia, o Ibovespa subiu 0,21%, aos 110.580 pontos. Já o dólar diminuiu o rimo de ganhos e avançou 0,16%, negociado a R$ 4,8123.
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Petrobras
O governo brasileiro convidou Caio Paes de Andrade para assumir o comando da Petrobras no lugar de José Mauro Ferreira Coelho, que foi demitido do cargo na noite desta segunda-feira (23) após ocupar a posição por apenas 40 dias.
Na abertura dos negócios desta terça-feira, as ações preferenciais da petroleira chegaram a cair 3,7%, após suas ADRs (recibos da ação negociado em Nova York) chegarem a despencar 11% no pré-mercado (negociações antes do pregão).
IPCA-15
Ainda nesta sessão, dados do IBGE mostraram que o IPCA-15, considerado prévia da inflação brasileira, desacelerou a alta a 0,59% em maio, resultado bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,45%.
Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos Investimentos, disse que a leitura reforça expectativas de que o Banco Central continuará elevando os juros, como evidenciado pelo avanço das taxas dos principais DIs no dia.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam em território negativo nesta terça-feira, conforme preocupações de que medidas agressivas para conter o crescimento da inflação recorde possam levar a economia dos Estados Unidos à recessão diminuíram o apetite por risco de investidores.
Segundo dados preliminares, o Dow Jones subiu 0,16%, para 31.931,06 pontos. O S&P 500 perdeu 0,79%, para 3.942,21 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq caiu 2,35%, para 11.264,45 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam em baixa nesta terça-feira, acompanhando perdas nas bolsas globais após dados de expansão de negócios para maio renovarem preocupações dos investidores sobre a desaceleração do crescimento econômico e o aperto da política monetária.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,14%, a 431,58 pontos, e devolveu quase todos os ganhos de segunda-feira.
O crescimento empresarial na zona do euro desacelerou neste mês e a escassez de matérias-primas impediu a expansão na indústria, de acordo com dados preliminares do Índice de Gerentes de Compras (PMI). Isso aumentou as preocupações com o crescimento global.
“As nuvens estão se acumulando acima da economia da zona do euro”, disse Bert Colijn, economista sênior para zona do euro do ING. “E a questão é realmente por quanto tempo o setor de serviços pode continuar lucrando com os consumidores… já que também vemos que o poder de compra está sob extrema pressão devido à inflação alta.”
Todos os principais setores registraram declínios amplos, com ações de luxo e varejistas, que são afetadas quando a renda disponível é reduzida, na lanterna.
O STOXX 600 recua mais de 12% em relação às máximas deste ano, atingidas no início de janeiro.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,39%, a 7.484,35 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,80%, a 13.919,75 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,66%, a 6.253,14 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,08%, a 23.876,08 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,06%, a 8.631,20 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,85%, a 6.130,90 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações da China e de Hong Kong caíram nesta terça-feira já que medidas mais rigorosas contra a Covid-19 em Pequim reacenderam as preocupações com a desaceleração do crescimento, apesar das promessas de mais apoio econômico.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,94%, a 26.748 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,75%, a 20.112 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 2,41%, a 3.070 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 2,34%, a 3.959 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,57%, a 2.605 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,19%, a 15.963 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,58%, a 3.195 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,28%, a 7.128 pontos.
*Com informações da Reuters.
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