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Finanças

Ibovespa fecha em queda de 2,13% com discurso de Powell e feriado; dólar sobe

Presidente do Federal Reserve mostrou cautela com a recuperação dos empregos nos EUA e apontou uma possível segunda onda do coronavírus

bolsa

Apesar do prefeito de São Paulo, Bruno Covas já ter adiantado o feriado do Corpus Christi (11/6), a bolsa de valores, que não usufruiu da folga, não terá negociações amanhã. Por este motivo, e com os investidores zerando as suas posições na véspera do feriado, o Ibovespa, principal índice da B3 fechou em queda de 2,13% aos 94.685 pontos.

Motivou também a queda do pregão o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), que não manifestou surpresa com a criação de 2,5 milhões de vagas de emprego nos EUA no mês de maio. No entanto, ele se mostrou preocupado com uma segunda onda do coronavírus que pode afetar indústrias e empresas, e milhões de pessoas precisem ainda mais apoio econômico. Powell reforçou que poderia levar alguns anos, mesmo após a retomada, para algumas pessoas voltar ao mercado de trabalho.

Ainda na economia americana, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) manteve as taxas de juros entre 0 e 0,25%, e sinalizou que este deve ser o patamar até 2022. Nos EUA, o índice de inflação ao consumidor (CPI) recuou 0,1% em maio ante abril, pior que o esperado (0%).

O dólar teve alta de 1,05%, cotado a R$ 4,940. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$4,938.

Os investidores refletem as projeções da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de contração da economia global em 6%, se não houver uma segunda onda do coronavírus. Neste cenário a recuperação só vai ocorrer no final de 2021. Caso acontecer uma segunda onda da pandemia, a retração da economia global pode ser de 7,6%.

Para o Brasil, as projeções da OCDE são de uma retração de 7,4%. Mas, se ocorrer uma segunda onda da Covid-19, a retração pode chegar até 9,1%.

Todas as ações mais negociadas do dia fecharam em queda: Azul (AZUL4) recuou 12,72%. Apesar da companhia ter registrado alta na demanda dos voos em maio e melhorias nas sua operação, as companhias aéreas tiveram forte queda.

Caíram também as preferenciais da Petrobras (PETR4), que recuaram 4,70%. A petroleira renovou contrato com a Braskem (BRKM5) para fornecimento de nafta nas unidades da petroquímica na Bahia e Rio Grande do Sul.

Entre as mais negociadas recuaram também: as ações da Via Varejo (VVAR3), do Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4), que caíram 2,77%, 4,73% e 4,72%, respectivamente.

Destaques da Bolsa

A flexibilização do isolamento em São Paulo faz o varejo virar destaque positivo na B3. Entre as maiores altas do dia estavam as ações da B2W (BTOW3), destaque positivo do dia, com alta de 5,50%, cotadas a R$ 99,70. Subiu também a Magazine Luiza (MGLU3), que avançou 3,56%. No setor de varejo, as Lojas Americanas (LAME4) também fecharam em alta de 1,26%.

As maiores quedas ficaram com as companhias aéreas. O destaque negativo foi da Gol (GOLL4) que caiu 9,64%. Seguido da Embraer (EMBR3) e Azul (AZUL4), que recuaram 9,51% e 8,84%, respectivamente.

Apedar da retomada dos voos, que se traduz em um cenário melhor para as companhias aéreas, as ações viraram para queda após o rali da Bolsa.

A Azul também negocia com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) a estabilidade dos empregos de pilotos e comissários por até 18 meses.

IPCA

A queda de 0,38% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em maio foi o mais baixo resultado desde agosto de 1998, quando recuou 0,51%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA acumula queda de 0,16% no ano, segundo o IBGE. Em 12 meses, o resultado é de alta de 1,88%, acima da mediana de 1,80% das projeções (intervalo de 1,64% a 1,91%).

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York não tiveram sinal único, em pregão marcado pela expectativa e pela reação aos anúncios de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Na tarde desta quarta-feira, 10, o Fed manteve os juros, como esperado, e reafirmou seu compromisso de agir para apoiar o quadro econômico e nos mercados. Logo após a decisão, as bolsas ganharam força e todos os índices chegaram a subir, mas o Dow Jones e o S&P 500 não tiveram fôlego.

O índice Dow Jones fechou em queda de 1,04%, a 26.989,99 pontos, o S&P 500 cedeu 0,53%, a 3.190,14 pontos, e o Nasdaq registrou ganho de 0,67%, a 10.020,35 pontos, em nova máxima histórica de fechamento.

Os índices abriram o dia com ganhos, na expectativa pelo Fed, e o setor de tecnologia novamente se destacou. A ação da Apple fechou em alta de 2,57%, Intel avançou 1,32% e Microsoft, 3,71%. Entre outros papéis importantes que apoiaram o Nasdaq, Amazon subiu 1,79% e Alphabet (Google), 0,87%.

Boeing, por outro lado, fechou em queda de 6,15%, corrigindo altas recentes, e os bancos também se saíram mal, com o Fed reafirmando a expectativa de juros baixos por um bom tempo nos EUA: Citigroup (-6,12%), Bank of America (-5,74%) e Goldman Sachs (-2,10%) tiveram quedas consideráveis. Caterpillar, por sua vez, perdeu 1,30%.

Presidente do Fed, Jerome Powell enfatizou que o BC americano atuará pelo “tempo que for preciso” em busca do máximo emprego e disse que não há previsão de depressão econômica. Ele comentou, também, que o Fed não tem um foco em um patamar específico para os ativos financeiros, dizendo que não tomaria decisões a partir do pressuposto, por exemplo, de que haveria ativos excessivamente valorizados.

A postura favorável a uma política monetária mais relaxada tende a ajudar o mercado acionário, mas a manutenção dos juros era amplamente esperada e, além disso, o Fed também destacou incertezas no cenário econômico atual, já que a atividade futura dependerá em grande medida do sucesso ou não na frente de saúde contra a covid-19.

*Com Estadão Conteúdo

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