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Finanças

Ibovespa fecha nos 94 mil pontos após 6ª alta seguida na semana

Este é o maior patamar da bolsa desde 6 de março quando o pregão fechou aos 97.996 pontos

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Semana boa para o Ibovespa, principal índice da B3, que encerra nesta sexta-feira (5), com alta de 0,86% aos 94.637 pontos. Esta é a 6ª alta consecutiva do pregão. A bolsa de valores melhorou seu desempenho seguindo o otimismo da reabertura econômica a nível mundial, e a tensão política brasileira desaparecendo, com Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) recuando.

O Ibovespa disparou hoje com os resultados do relatório de emprego (payroll) dos EUA em maio, que revelaram que o país gerou 2,5 milhões de postos de trabalho enquanto analistas esperavam queda de 7,5 milhões nos empregos. A taxa de desemprego dos EUA também recuou de 14,7% para 13,3%.

Com o resultado do relatório, a bolsa de valores chegou aos 97 mil pontos, mas virou para queda no final da tarde.

O dólar retomou o ritmo de queda ante o real, após ter subido na quinta-feira, alinhado à desvalorização frente outras divisas emergentes ligadas a commodities no exterior em meio ao apetite por ativos de risco. O dólar comercial fechou em queda de 2,80%, cotado a R$ 4,988. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,075.

Influenciou na queda do dólar, as boas projeções de recuperação econômica pós-pandemia que revelam um modelo “V” para países desenvolvidos, onde a crise do coronavírus pode durar menos do que esperado.

Entre as ações mais negociadas do dia subiram: as preferenciais da Petrobras (PETR4), que avançou 3,13%. Os investidores estão atentos a reunião da Opep, que deve ocorrer neste sábado por videoconferência, o mercado ainda espera por novos cortes na produção do petróleo.

Subiram também os papéis do Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4), com alta de 3,29% e 2,21%, respectivamente, puxados pelo otimismo exterior.

Após anúncio recente de oferta de ações, que pode captar até R$ 4 bilhões, o mercado ainda precifica a Via Varejo (VVAR3) que disparou 10,16%.

Ainda entre as mais negociadas caiu a Vale (VALE3), que recuou 1,89% com recomendação neutra da Exane para os ADRs da companhia.

Destaques da Bolsa

O destaque positivo do dia foi da Azul (AZUL4), que avançou 14,69%, cotada a R$ 21,16. As companhias aéreas Azul e Gol (GOLL4) experimentaram forte alta com otimismo de reabertura econômica.

Subiu também a Via Varejo (VVAR3), com forte alta de 10,16%. Entre os destaques positivos também estava a Yduqs (YDUQ3), que avançou 9,83%. A companhia disparou após a compra do Grupo Athenas, valorizada em R$ 120 milhões.

Entre os destaques negativos caíram: a Totvs (TOTS3), que recuou 3,35%, após a JPMorgan reduzir o preço alvo da ação de R$ 30 para R$24.

Recuaram também a BRF (BRFS3) e Klabin (KLBN11), com queda de 3,20% e 3,09%, respectivamente. As companhias foram impactas pela queda abrupta do dólar.

A JBS (JBSS3), que fechou em queda de 2,42%, ficou no radar dos investidores após investigação nos EUA por prática antitruste

Principais indicadores

O otimismo, por enquanto, se apoia na notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, grupo conhecido como Opep+, concordou em estender o corte na oferta de petróleo até fim de julho, além da reabertura das economias em diversos países, após o choque do novo coronavírus. As bolsas sobem e o petróleo ganha mais de 3% em NY e Londres.

Mais cedo, a alta do IGP-DI de maio acima do teto das projeções do mercado ficou em segundo plano. O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) acelerou a alta a 1,07% em maio, após avanço de 0,05% em abril, acima do teto de 0,94% das previsões da pesquisa feita pelo Projeções Broadcast. O piso das estimativas era de 0,27%, com mediana de 0,62%.

Juros

Os juros futuros fecharam em alta, com exceção dos vencimentos de curtíssimo prazo que terminaram ao redor da estabilidade, sem alterações no quadro de apostas para o Copom. As taxas deram sequência ao movimento de realização de lucros iniciado ontem, mas o ritmo de ajuste hoje foi um pouco mais firme do que ontem e, diferentemente da véspera, amparado por um volume consistente de contratos negociados. Nas mesas de renda fixa, a trajetória é vista mesmo como uma correção, e não como piora na percepção de risco, até porque o clima externo segue positivo e, na seara política, as tensões arrefeceram.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 passou de 3,01% para 3,07% e a do DI para janeiro de 2025, de 5,712% para 5,80%. O DI para janeiro de 2027 fechou com taxa a 6,77%, de 6,712% ontem no ajuste. No balanço da semana, a curva perdeu inclinação.

Pela manhã, as taxas de curto prazo chegaram a operar em alta firme, em reação a novas declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk. Após a grande repercussão de sua fala na quarta-feira, de que 2,25% pode não ser o “lower bound” para a Selic, hoje o diretor explicou que esta discussão está longe de ser consensual dentro do Copom. “Minha leitura é a de que não falamos de ‘lower bound’ no Brasil”, disse. Para ele, continuar baixando juro é “navegar em mares nunca antes navegados”. Mas acrescentou que, se o BC seguir baixando a Selic, continuará a ter efeito de aumento da inflação.

*Com Estadão Conteúdo

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