O dólar à vista completou a 5ª sessão consecutiva de baixa ante o real nesta quinta-feira (15), renovando a menor cotação de fechamento em um ano, com investidores reagindo à melhora da perspectiva de crédito do Brasil e ao recuo firme da moeda norte-americana ante a maior parte das divisas no exterior.
Já o Ibovespa fechou com uma alta, resistindo a movimentos de realização de lucros, conforme persiste o viés positivo para as ações brasileiras na esteira de expectativas atreladas à trajetória da taxa Selic, além de um forte fluxo de capital externo para a bolsa paulista no mês.
No dia, o dólar caiu 0,09% frente ao real, a R$ 4,8022. O Ibovespa subiu 0,13%, aos 119.221 pontos.
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No pregão da véspera, a B3 apresentou o maior volume financeiro do ano, de R$ 71,5 bilhões, segundo dados do Valor e Bloomberg.
Cenário interno
Na véspera, a agência de classificação de risco S&P elevou a perspectiva para a nota de crédito do Brasil de “estável” para “positiva”, e reafirmou o rating “BB-“. Trata-se da primeira melhora de perspectiva da nota de crédito do Brasil por uma das três principais agências de risco globais desde o início do novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Além disso, o volume de serviços do Brasil interrompeu os ganhos em abril com uma queda bem mais intensa do que o esperado, em um cenário de política monetária restritiva de um lado e programas de transferência de renda de outro. Em abril, o volume retraiu 1,6%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado compensa parte do ganho de 2,1% acumulado entre fevereiro e março e a contração foi bem mais forte que a expectativa em pesquisa da Reuters de queda de 0,5%.
Depois de expandir 0,6% no primeiro trimestre segundo os dados do Produto Interno Bruto (PIB), os serviços devem começar a sentir com mais força o efeito dos juros altos, de acordo com analistas, que veem o setor andando de lado ou desacelerando ao longo de 2023.
Cenário externo
Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura subiram pela terceira sessão nesta quinta, com o crescimento industrial mais fraco do que o esperado na China, maior consumidora de aço, consolidando a visão de que Pequim adotará mais medidas para sustentar uma recuperação instável pós-pandemia.
O investimento no setor imobiliário chinês, o maior consumidor de aço do país, caiu no mês passado no ritmo mais rápido desde pelo menos 2001, segundo cálculos da Reuters com base em dados do Departamento Nacional de Estatísticas.
O minério de ferro mais negociado em setembro na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas com alta de 1,43%, a 815,5 iuanes por tonelada métrica, o maior nível desde 31 de março.
Para esta quinta, é esperada a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que pelas projeções do mercado deve subir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual.
Ações da B3
A Braskem (BRKM5) disparou 6,43%, após informações da Bloomberg mencionarem que a Petrobras (PETR4) não considera fazer uma oferta para comprar o resto das ações que ela ainda não possui da petroquímica brasileira, na qual já detém 36,1% do capital total e 47% do capital votante. Já o papel preferencial da estatal caiu 2,36%.
A CVC (CVCB3) anunciou em fato relevante que vai emitir novas ações ao mercado (follow-on). A oferta primária visa emitir 83.333.333 ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, disse a companhia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os papéis CVCB3 subiram 3,9%.
A Hapvida (HAPV3) avançou 3,72%, em mais uma sessão positiva, após evento da companhia na véspera. Analistas do Bradesco BBI afirmaram que a companhia reforçou no “investor day” seu foco na rentabilidade e revisaram o preço-alvo da ação de R$ 4,10 para R$ 4,70, reiterando recomendação “outperform”.
O Banco do Brasil (BBAS3) teve alta de 2,05%, após o Bank of America elevar o preço-alvo da ação do banco de R$ 54 para R$ 62 e reiterou recomendação de “compra”, citando que o interesse dos investidores do papel aumentou devido aos ruídos de interferência política mais baixos.
Bolsas no mundo
Wall Street
Os índices S&P 500 e Nasdaq fecharam no maior nível em 14 meses nesta quinta-feira, com investidores reagindo a novos dados econômicos que impulsionaram apostas de que o Federal Reserve (Fed) está próximo ao fim de sua agressiva campanha de aumento da taxa de juros.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,23%, para 4.426,26 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,15%, para 13.782,82 pontos. O Dow Jones subiu 1,27%, para 34.415,46 pontos.
Europa
As ações europeias caíram nesta quinta-feira depois que o BCE elevou os custos dos empréstimos, como já era esperado, e sinalizou mais aperto na política monetária em sua luta contra a inflação persistente.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,13%, a 464,33 pontos, depois de chegar a cair 0,8% mais cedo.
O BCE aumentou sua taxa de depósito em 0,25 ponto percentual, para 3,5%, o maior nível em 22 anos. Este foi o oitavo aumento consecutivo do banco central. A inflação na zona do euro está em 6,1%, mais de três vezes a meta de 2% do BCE.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,34%, a 7.628,26 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,13%, a 16.290,12 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,51%, a 7.290,91 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,28%, a 27.731,78 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,02%, a 9.430,80 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,57%, a 6.039,36 pontos.
Ásia
Os mercados de ações da China tiveram a maior alta em quase quatro meses nesta quinta-feira, depois que o banco central cortou o custo dos empréstimos de médio prazo pela primeira vez em 10 meses para ajudar a recuperação econômica instável, enquanto os investidores esperam mais estímulos.
O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, teve alta de 1,59%, enquanto o índice de Xangai subiu 0,74%. O índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 2,17%.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,05%, a 33.485 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 2,17%, a 19.828 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,74%, a 3.252 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,59%, a 3.925 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,40%, a 2.608 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,56%, a 17.334 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,77%, a 3.242 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,19%, a 7.175 pontos.
*Com informações da Reuters.
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