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Finanças

Ibovespa recua com tombo no PIB dos EUA; dólar cai

Na semana, o índice acumula ganhos de 2,57%. No mês de julho, a bolsa subiu 10,47%

bolsa

A economia americana teve um tombo de 32,9% no segundo trimestre de 2020. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos nunca teve uma queda tão abrupta nos últimos 70 anos. Com isso o índice Dow Jones recuou 0,85%, enquanto o S&P 500 cedeu 0,37%. O Nasdaq fechou em alta de 0,43%.

Acompanhando o clima de Wall Street, o Ibovespa também caiu nesta quinta-feira (30). O principal índice da B3 fechou em queda de 0,56% aos 105.008 pontos. Ontem, o pregão encerrou acima dos 105 mil pontos, maior patamar desde março.

Além do tombo no PIB americano, economias como Alemanha sofreram queda de 10,1%. No cenário externo, também repercute a tentativa do presidente dos EUA, Donald Trump de adiar as eleições americanas, por causa da pandemia. Ele defende que a votação por correio pode dar lugar a fraudes, mas tudo indica que o Congresso americano está resistente a ideia. Muitos críticos até justificaram que esta foi uma tentativa de desviar a atenção do lamentável resultado no PIB americano.

Ontem (29), o Federal Reserve manteve as taxas de juros dos EUA no patamar de 0% a 0,25%. Jerome Powell, presidente do Fed, reforçou seu apoio a uma estratégia monetária para facilitar a recuperação econômica.

Com a incerteza na economia global o dólar também caiu. O dólar comercial fechou em queda de 0,255%, cotado a R$ 5,159. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,210. O dólar caminha para fechar julho com queda de 5%, esta deve ser a maior baixa mensal de 2020. Além disso, após meses de fraco desempenho, o real é em julho a divisa emergente que mais se valorizou ante o dólar.

No Brasil, quem sustentou os ganhos foram os balanços. Companhias como Vale, Bradesco e Pão de Açúcar divulgaram seus resultados no segundo trimestre. O destaque foi do Bradesco que teve queda de 40% no seu lucro, por causa do aumento de provisões com inadimplência. As ações preferenciais do banco (BBDC4) estavam entre as mais negociadas do dia e fecharam em queda de 3,50%. Enquanto as ordinárias (BBDC3) caíram 2,54%.

Já as ações da Vale (VALE3) recuaram 2,67% com o balanço da mineradora. A companhia teve lucro de R$4,8 bilhões no segundo trimestre, puxada pela demanda chinesa. A Vale anunciou também que em setembro retomará a distribuição de dividendos aos acionistas, suspensos desde a tragédia de Brumadinho (MG) em janeiro de 2019.

Na semana, o Ibovespa acumula ganhos de 2,57%. No mês de julho, o índice subiu 10,47%. A alta de julho e a de abril são os maiores ganhos da bolsa de valores desde 2003.

Destaques da Bolsa

No destaque positivo, a Localiza (RENT3) foi a maior alta do dia, de 10,85%. A companhia registrou lucro líquido de R$ 89,9 milhões no segundo trimestre, queda de 52,7% comparada ao mesmo período em 2019.

Entre as maiores altas do dia estavam também a YDUQS (YDUQ3) e Cosan (CSAN3) que avançaram 4,81% e 4,82%, respectivamente. A Cosan informou que a sua controladora Compass Gás e Energia deve apresentar em breve um pedido de oferta pública de distribuição primária de ações.

Do lado oposto as maiores quedas foram do Pão de Açúcar (PCAR3) que recuou 6,27%. O grupo varejista teve lucro de R$ 382 milhões no segundo trimestre de 2020, recuando 1,5% sobre o mesmo período em 2019. O Ebitda da companhia foi para R$1,542 bilhão. A companhia terminou o segundo trimestre com R$7,7 bilhões de caixa.

Também caíram as ações da Ambev (ABEV3), que recuaram 3,96%. A fabricante de bebidas viu seu lucro reduzido na metade, neste segundo trimestre, em comparação ao mesmo período de 2019.

O impacto está relacionado a pandemia, com a queda de venda de cervejas. A Ambev lucrou R$1,27 bilhão no trimestre, recuando 51,4% na comparação anual.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York fecharam o pregão desta quinta-feira, 30, sem direção única. Por um lado, a aversão a risco global, diante de indicadores econômicos que mostram o impacto que a covid-19 já teve na atividade, pressionou o mercado acionário. Por outro, a expectativa por balanços corporativos de grandes empresas de tecnologia e serviços de comunicação impulsionou as ações do setor.

Com isso, o índice acionário Dow Jones recuou 0,85%, a 26.313,65 pontos, o S&P 500 cedeu 0,37%, a 3.246,24 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 0,43%, a 10.587,81 pontos. No S&P 500, o setor de tecnologia liderou os ganhos (+0,53%), seguido pelo setor de serviços de comunicação (+0,32%).

A expectativa por resultados corporativos de gigantes tecnológicas reduziu o recuo nas bolsas de Nova York e fez com que o Nasdaq invertesse o sinal e passasse o subir no começo da tarde. No encerramento da sessão, os papéis de Amazon, Facebook, Apple e Alphabet avançaram 0,60%, 0,52%, 1,21% e 0,98%, respectivamente. As quatro companhias divulgaram balanço após o fechamento e superaram as expectativas do mercado.

O pregão, no entanto, foi de aversão a risco, diante do avanço da covid-19 por diversos países e com os investidores avaliando o impacto já gerado pela pandemia.

Os Estados Unidos, por exemplo, registraram uma contração anualizada de 32,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, a mais acentuada para o período desde 1947, início da série histórica. Embora o resultado já fosse esperado pelo mercado, o aumento recente nos pedidos de auxílio-desemprego no país apontam para uma redução no ritmo da retomada. “Uma recuperação contínua em forma de V é improvável”, avalia o economista sênior para Estados Unidos da Capital Economics Andrew Hunter.

Na Europa, o PIB da Alemanha sofreu retração de 10,1% de abril a junho, na comparação com o trimestre anterior, e a maioria dos balanços divulgados hoje frustrou as previsões do mercado.

Os investidores monitoraram, ainda, as tensões entre Washington e Pequim. O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse hoje que a China é “a ameaça central de nossos tempos”.

*Com Estadão Conteúdo

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