A inflação real é diferente da oficial porque os cálculos do IPCA consideram valores médios de uma lista de itens e serviços. O estrategista chefe da levante, Rafael Bevilacqua, explica que o IPCA é uma cesta da média do que as pessoas consomem. E a cesta pessoal de cada um é diferente. Ele também ressaltou que nós temos visto uma alta muito forte nos preços dos alimentos, acima da média. E o que acontece é que com esse aumento, famílias que têm uma renda menor gastam boa parte do dinheiro apenas para alimentação.
A pesquisa feita pelo IPCA é realizada em grandes cidades e regiões metropolitanas, e leva em consideração famílias com 1 a 40 salários mínimos. Ou seja, o peso da inflação individual pode variar de família para família, porque muda região geográfica, condição financeira e hábitos de consumo.
No entanto, como fazer para calcular o quanto a inflação atingiu cada família individualmente? A inflação pessoal deve ser medida de acordo com o que a pessoa consome. O impacto da alta de preços vai variar de acordo com os hábitos e condições individuais. Para chegar no seu valor real, é preciso comparar entre dois períodos o aumento dos produtos e serviços que a pessoa utiliza.
Por exemplo, nos números oficiais, o transporte pode registrar uma alta de 15%, puxada pela alta da gasolina. Mas se uma pessoa utiliza apenas o transporte público, esse aumento do transporte pode não se aplicar a ela.
Essa comparação individual pode ser mensal, semestral ou anual. E ao finalizar a conta, a inflação real pode ser maior ou menor do que os números oficiais. Porém, há também há um ponto de atenção levantado pelos especialistas. Ao fazer esse cálculo, é preciso se atentar se está sendo comparado os produtos e serviços consumidos nos dois períodos.