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Finanças

Light (LIGT3) tem queda livre na B3 após sinalizar reestruturação

O motivo da queda da companhia se deve ao fato da necessidade de capital de pelo menos R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos.

As ações da companhia de energia elétrica Light (LIGT3) eram negociadas em forte queda desta quarta-feira (1). Por volta das 15h15, o papel recuava mais de 10%, cotada a R$ 3,52. Na véspera, a ação despencou 10,14%, após a notícia da necessidade de capital de pelo menos R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos para uma reestruturação financeira.

Essa reestruturação será feita via assessoria da Laplace Finanças, conforme divulgou a empresa após o colunista do O Globo, Lauro Jardim, noticiar em primeira mão.

O escritório foi o assessor da recuperação judicial da Oi (OIBR3).

Sobre a recente contratação, a companhia emitiu um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) confirmando o trabalho da Laplace para assessorar na análise de estratégias financeiras, “visando, principalmente, apresentar melhorias em sua estrutura de capital.”

Light explica reestruturação

Em resposta aos questionamentos da autarquia sobre não ter sido comunicado ao mercado a contratação da Laplace, a Light afirmou que a contratação “não configuraria uma hipótese de divulgação de fato relevante, conforme legislação em vigor”. Veja questionamento da CVM na íntegra:

1. Reportamo-nos à notícia veiculada nesta data no na coluna do Lauro Jardim, do
Jornal O Globo, sob o título: “Mais um pepino para Beto Sicupira descascar”, em que
constam as seguintes afirmações: “Com necessidade de financiamento de R$ 3,3
bilhões nos próximos dois anos, a Light está trabalhando com a Laplace numa
reestruturação financeira. Desde 2020, Carlos Alberto Sicupira, um dos controladores
da Americanas, é dono de 10% da empresa.”

2. Tendo em vista o exposto, determinamos que V.Sª. esclareça se a notícia é
verídica, e, caso afirmativo, explique os motivos pelos quais entendeu não se tratar
de fato relevante, bem como comente outras informações consideradas importantes
sobre o tema.

3. Cabe ressaltar que pelo art. 3º da Resolução CVM nº 44/21, cumpre ao Diretor de
Relações com Investidores divulgar e comunicar à CVM e, se for o caso, à bolsa de
valores e entidade do mercado de balcão organizado em que os valores mobiliários
de emissão da companhia sejam admitidos à negociação, qualquer ato ou fato
relevante ocorrido ou relacionado aos seus negócios, bem como zelar por sua ampla
e imediata disseminação, simultaneamente em todos os mercados em que tais
valores mobiliários sejam admitidos à negociação.

4. Tal manifestação deverá ocorrer por meio do Sistema Empresa.NET, categoria:
Comunicado ao Mercado, tipo: Esclarecimentos sobre questionamentos da CVM/B3,

5. Alertamos que, de ordem da Superintendência de Relações com Empresas, no
uso de suas atribuições legais e, com fundamento no inciso II, do art. 9º, da Lei nº
6.385/76, e na Resolução CVM nº 47/21, caberá a determinação de aplicação de
multa cominatória, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais),
sem prejuízo de outras
sanções administrativas, pelo não cumprimento da exigência contida neste ofício,
enviado exclusivamente por email, até 31.01.2023.”

O xerife regulador do mercado aponta para uma multa de R$ 1 mil pelo descumprimento da não divulgação ao mercado antes de vir à público via imprensa.

REUTERS/Stefano Rellandini

Beto Sicupura

Um dos acionistas da companhia é Beto Sicupira – do trio de bilionários da 3G Capital – que também tem posição na Americanas (AMER3). Logo, o mercado vê com temor as dívidas da companhia e sua capacidade de honrar com os compromissos sem passar por um pedido de recuperação judicial.

Uma semana antes, a gestora americana BlackRock, reduziu sua participação na Light.

Matéria em atualização




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