Yduqs e Méliuz despencam após divulgarem seus balanços financeiros

As ações da organização privada de ensino superior Yduqs (YDUQ3) e da empresa de tecnologia e cashback Méliuz (CASH3) lideraram as perdas do Ibovespa nesta terça-feira (16), após os resultados dos balanços financeiros do segundo trimestre divulgados na véspera.

No dia, o ressegurador IRB Brasil (IRBR3) também divulgou os seus resultados operacionais, que foram de prejuízo. Os papéis da organização tiveram alta no pregão.

Por outro lado, as companhias frigoríficas dispararam. A BRF (BRFS3) teve a maior alta do Ibovespa, seguida pela JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3), em sessão de valorização do dólar frente ao real, o que tende a ajudar as empresas por terem parte da receita na moeda estrangeira.

Já as companhias de commodities tiveram resultados distintos, em meio a um pregão marcado por maior temor de recessão global, depois que dados negativos da economia chinesa foram divulgados no dia anterior.

Yduqs

As ações da Yduqs fecharam em queda de 11,76%, para R$ 14,03, tendo de pano de fundo prejuízo de R$ 63,3 milhões no segundo trimestre, revertendo resultado positivo um ano antes.

Para o Citi, “não há muito o que comemorar nos resultados” e a empresa não fornecer projeções para captação e tíquetes no segundo semestre pode sugerir um ambiente operacional ainda incerto.

Méliuz

Nesta sessão, os papéis da Méliuz caíram 19,8%, sendo negociados a R$ 1,38. Os resultados veem após a empresa divulgar prejuízo líquido de R$ 28,2 milhões no segundo trimestre.

O Itaú BBA avaliou que a empresa reportou resultados modestos, tendo enfrentado um cenário mais adverso devido à desaceleração do e-commerce no país e despesas extraordinárias.

Analistas do BTG Pactual, por sua vez, destacaram que a companhia mostrou resiliência operacional, marcada por uma posição estável de caixa e equivalentes.

Analistas da Genial investimentos disseram que sabiam que o 2T22 de Méliuz viria com margens pressionadas. “Os resultados operacionais vieram em linha com as nossas expectativas, porém bonificações a funcionários e ajustes não operacionais tornaram o cenário pior do que o mercado esperava.”

IRB Brasil

O IRB Brasil fechou em alta de 3,85%, a R$ 2,16, após tombo na véspera, tendo no radar prejuízo trimestral, além da divulgação de desenquadramento regulatório, o que espera corrigir até outubro.

Investidores estão atentos a um potencial aumento de capital pela companhia. O BTG Pactual afirmou que o resultado do segundo trimestre tornou urgente a operação.

Frigoríficas

A BRF subiu 6,53%, a R$ 17,62. A JBS fechou em alta de 4,89%, negociada em R$ 31,52. A Marfrig avançou 4,78%, para R$ 15,35. E Minerva encerrou com ganho de 1,91%, a R$ 14,37.

O dólar, que influencia na receita das organizações, registrou sólida valorização nesta terça-feira, com o real entre as moedas mais golpeadas. A moeda subiu 0,95%, negociada a R$ 5,1400, chegando na máxima de R$ 5,1545.

Commodities

Entre as companhias ligadas às commodities, a Petrobras foi o destaque desta sessão. A alta veio mesmo com a queda dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent encerrou em baixa de 2,9%, a US$ 92,34 o barril. Por outro lado, nem todas as petroleiras tiveram resultados parecidos.

A PetroRio teve forte queda no pregão. Na noite da véspera, a empresa informou que interrompeu temporariamente a produção no Campo de Frade devido a uma avaria na linha de gás inerte do FPSO. A companhia estimou, inicialmente, que a parada poderá levar de 5 a 7 dias.

A Vale avançou, recuperando o fôlego após declínio de mais de 2% na véspera, apesar da fraqueza dos preços do minério de ferro na Ásia nesta sessão. 

Ação	Variação em %	Cotação em R$
PRIO3	-3,99	24,32
PETR3	1,15	35,16
PETR4	0,91	32,01
VALE3	2,42	69,95
GGBR3	-2,26	20,35
GGBR4	-2,36	24,43
RRRP3	-0,63	33,37
USIM3	0,89	9,05
USIM5	-0,32	9,25
CSNA3	0,44	16,00
CMIN3	-1,03	3,85

*Com informações da Reuters.