Retrospectiva da semana passada:
Na semana passada o Ibovespa, fechou em baixa de 1,24% (114.780 pontos). Com o desenvolvimento da vacina do Instituto Butantan, o índice até tentou reagir, mas outros fatores pesaram como a pandemia em sua pior fase no país e o anúncios de prorrogação das restrições em SP. O dólar disparou e riscos fiscais e políticos continuam prevalecendo sobre o mercado brasileiro. O cenário doméstico permanece um desafio, com a pressão do Senado pela demissão do chanceler Ernesto de Araújo, o Orçamento da União para 2021 aprovado pelo Congresso foi considerado uma vergonha por especialistas em finanças públicas, com desvio bilionário de recursos para emendar parlamentares e manobras para furar o teto de gastos que deixa o governo com algo em torno de R$ 50 bilhões para 2021, quando precisaria de pelo menos duas vezes isso para funcionar. Outro destaque do noticiário foi o anúncio do ministro Marcos Pontes de que o governo já protocolou uma vacina 100% nacional contra Covid, em parceria com a Faculdade de Ribeirão Preto.
Câmbio:
As moedas de mercados emergentes iniciavam a semana perto de mínimas de três semanas uma vez que a melhora do cenário econômico dos Estados Unidos impulsionava a demanda por dólar, enquanto o cenário doméstico continua de cautela com os riscos político e fiscal.
Mercado Hoje:
No cenário internacional, as incertezas sobre as consequências do default de um hedge fund dos EUA, que segundo fontes seria Archegos Capital, compensavam o alívio com os avanços para desencalhar o navio que bloqueia o Canal de Suez. No Brasil, as atenções seguem sobre o desdobramento da aprovação pelo Congresso do Orçamento para 2021, bem como a insatisfação de ambas as Casas com o governo federal e a condução da pandemia.
The New York Times destaca, em matéria de capa, colapso do Brasil na pandemia. Na noite de sábado, o Ministério da Saúde informou mais 3.438 mortes por covid em 24h. Foi a terceira vez em que o País registrou mais de 3 mil óbitos em um só dia. A marca é alarmante, por ter sido atingida dentro de um final de semana, quando as notificações costumam ser menores, devido a atrasos no repasse das informações.
Ásia: bolsa de Tóquio (Nikkei) fecha em alta de 0,71%; Hong Kong, índice Hang Seng estável (+0,01%); Coreia do Sul, Kospi recua 0,16%; Xangai Composto, na China Continental, sobe 0,50%.
Europa: as bolsas europeias se descolam do pré-mercado em NY e operam mistas, ajudadas pelo otimismo com a recuperação global, mas de olho no bloqueio do Canal de Suez. Do lado otimista, a maior expectativa é com o pacote de US$ 3 trilhões de Joe Biden. Já do lado negativo, a França reportou ontem o maior número de pacientes com coronavírus em UTI. Há pouco, a bolsas de Frankfurt subia 0,48%, Londres -0,10% e Paris +0,40%.
Futuros/NY: Dow Jones cai 0,44%, S&P 500 -0,39% e Nasdaq -0,24%; Ouro recua 0,41%, cotado a US$ 1.725,20 a onça-troy; minério de ferro em Qingdao tem forte alta de 4,08%, cotado a US$ 167,88.
Navios presos em Suez começa a ser deslocado e preço do petróleo chegou a cair, mas agora estável; Petróleo tipo Brent (+0,05%), aos US$ 64,46 o barril. Porém, alguns especialistas preveem que o Canal permanecerá bloqueado por mais alguns dias, ou semanas, em meio às dificuldades para desencalhar o cargueiro de 400 metros, com mais de 20 mil contêiners. Estima-se que as perdas econômicas ligadas ao encalhe passem de R$ 300 bilhões.
Há quase 370 embarcações na fila à espera da liberação do canal. Cerca de 12% do comércio global passa pelo Canal de Suez de 193 km, que conecta o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, criando um caminho mais curto entre a Ásia e a Europa. Alguns petroleiros já optaram por viajar pelo extremo sul da África (Cabo da Boa Esperança), acrescentando 26 dias à viagem e um custo adicional de US$ 800 mil, por uma região conhecida pela pirataria. Uma viagem do Canal de Suez, no Egito, a Roterdã, na Holanda, o maior porto da Europa, normalmente leva cerca de 11 dias. Mas a outra opção é esperar na entrada do canal que o engarrafamento se dissipe e enfrentar taxas de atraso, que variam de US$ 15 mil a US$ 30 mil por dia.
IBOV: o índice Bovespa segue em um processo de correção no curto prazo, porém ao operar próximo do nível dos 115 mil pontos, interrompe temporariamente o movimento mais forte de baixa e começa a consolidar uma congestão, o que é positivo neste momento. No período mais longo, ainda se preserva acima da média móvel de 200 períodos (linha azul), mantendo portanto, uma tendência de alta no longo prazo.
Abaixo dos 115 mil pontos, devemos ficar atentos aos próximos movimento do IBOV, que poderá buscar o fundo anterior em torno de 109.000 e existem vários motivos para isso ou voltar para a consolidação (movimento lateral) em 115 mil pontos, que seria um sinal de força da bolsa brasileira.
Indicadores: |
Brasil: |
Boletim Focus (8h25) |
FGV: Sondagem de serviços de março (8h) |
Balanços da Oi, antes da abertura do mercado |
BC divulga a nota à imprensa de política monetária e operações de crédito de fevereiro (9h30) |
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participa de audiência pública no Congresso sobre ações contra a pandemia (16h) |
Presidente Jair Bolsonaro comanda primeira reunião do Comitê Federal de Combate à Covid-19 |
Zona do Euro: Confiança empresarial de março (6h) |
Japão: Taxa de desemprego de fevereiro (20h30) e vendas do varejo de fevereiro (20h50) |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.