Após uma segunda-feira (9) de mudança de humor nas bolsas norte-americanas pelo tom dos discursos de integrantes do Fed, os mercados se mantiveram cautelosos e passaram a registrar perdas à medida que os dados de inflação dos EUA serão divulgados na quinta-feira (12).
Na Ásia, os mercados fecharam sem uma direção única com quedas reportadas de 0,27% do Hang Seng, 0,21% de Shanghai enquanto os ganhos do dia foram de 0,34% do Taiex, 0,05% do Kospi e 0,78% do Nikkei em seu retorno do feriado.
Na Europa, as bolsas revertem o bom humor e registram perdas de 0,48% no DAX, 0,18% no FTSE, 0,72% no CAC, 0,06% no IBEX e 0,56% no Euro Stoxx com influências não só das falas do presidente do Fed de Atlanta e das expectativas de inflação para os EUA do Fed de Nova York mas também pelo discurso de Jerome Powell para hoje com grande poder de influenciar os rumos do pregão.
Mau-humor dos investidores dos EUA puxam bolsas para baixo
A mudança no sentido dos índices dos EUA na segunda-feira (9) aconteceu depois das declarações de Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, que defendeu a elevação de juros para um patamar acima de 5%. As falas se aliam aos dados de empregos dos EUA que vieram pressionados pelos resultados acima das projeções em dezembro reforçando a ideia de juros em patamares mais altos e por mais tempo.
Com isso, os índices norte-americanos que registravam ganhos começam a cair e encerraram o dia com quedas de 0,08% do S&P 500 e 0,34% do Dow Jones, enquanto o Nasdaq conseguiu terminar o dia com alta de 0,63%. Já o pré-mercado desta terça-feira (10) indica um início de pregão com quedas de 0,39% nos contratos futuros do índice Dow Jones, 0,32% do S&P 500 e 0,39% no índice Nasdaq.
E apesar da agenda de indicadores relativamente vazia nesta terça-feira (10), os investidores se preocupam com o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, marcado para hoje às 11:00 e com a divulgação do índice de preços ao consumidor dos EUA na quinta-feira (12).
Brasil: mercado não vê riscos substanciais ao atos, bolsa sobe 0,15% e IPCA sobe 5,79% em 2022
Apesar dos receios em relação à reação dos investidores com os atos antidemocráticos de domingo (8), o mercado presenciou a queda do CDS do Risco-Brasil, arrefecimento dos contratos de juros futuros e o Ibovespa encerrou o dia com uma alta de 0,15% aos 109.129,57 pontos mesmo com a tomada do mau-humor das bolsas americanas.
E nesta terça-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o índice que mede a inflação oficial no país (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) subiu 0,62% em dezembro, percentual acima dos 0,41% registrados em novembro.
A alta de dezembro vem acima das projeções da Anbima que indicavam uma alta de 0,45%. Já a difusão do índice, que mostra qual o percentual dos itens pesquisados que tiveram uma alta, passou de 59% em novembro para 69% em dezembro, em seu maior patamar desde maio de 2020, de acordo com o IBGE.
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