Destaques (José Falcão Castro):
Hoje, sem indicadores relevantes na agenda, a reunião do Banco Central Europeu (9h45) se destaca, seguida de coletiva (10h30), e pode influenciar o câmbio, embora a perspectiva de política fiscal mais expansionista com Biden, nos EUA, deva sustentar o enfraquecimento do dólar e manter fluxo para as economias emergentes;
Da Ásia aos futuros de Nova York, as bolsas operam majoritariamente em alta, próximas da estabilidade, com posse de Biden reforçando expectativa por estímulos fiscais;
A Covid, porém, ainda pesa nos mercados, e há fragilidade para possíveis realizações no curto prazo; a velocidade da vacinação também preocupa nos países desenvolvidos, diante dos fortes repiques da doença; com isso, o petróleo opera em baixa;
Autoridades francesas já dizem publicamente que novos lockdowns serão inevitáveis; há pouco, Angela Merkel previu “fase muito difícil” na pandemia na Alemanha;
No pré-mercado, Dow Jones futuro avança 0,10%, S&P 500 (+0,19%), Nasdaq (+0,43%); Frankfurt sobe (0,41%), Londres (+0,03%), Madri (+0,12%), Milão (+0,05%); porém com risco de lockdowns, Paris (-0,17%) é exceção, como Lisboa (-0,12%);
Mais cedo, na Ásia, os estímulos de Biden e disposição de retomada de relações multilaterais impulsionaram ganhos; Xangai subiu 1,07%, Tóquio fechou na máxima de 30 anos, com alta de 0,82%; exportações de dezembro surpreenderam com o primeiro crescimento em dois anos (2% na base anual, projeção -0,3%);
Aqui, o Copom considerou as pressões inflacionárias para retirar o forward guidance, “próximas da meta”, mas afastou uma alta iminente da Selic, mantida em 2%; no trecho literal, o comunicado diz que “o fim do forward guidance não implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros e que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo extraordinariamente elevado”;
Análise Gráfica – IBOV (Hugo Carone):
O IBOV demorou bastante mas temos o primeiro fechamento abaixo da mínima de sexta feira, para o curto prazo isso nos levaria a continuar a correção enquanto a faixa dos 121 mil pontos for respeitada como resistência. O suporte maior continua no gráfico semanal e por lá a perspectiva permanece sendo de alta se a faixa dos 116.830 for respeitada.
Cenário global e bolsa brasileira ontem (Murilo Breder):
Biden está oficialmente na Casa Branca. Apesar do temor com alguma manifestação – a segurança foi reforçada com 25 mil homens da guarda nacional, a posse do novo presidente americana foi tranquila. Em discurso forte, ele pediu por união e se comprometeu a desfazer várias medidas do Governo Trump como o retorno à OMS e a suspensão da construção do muro com o México;
O mercado monitorava de perto a posse. Qualquer confusão poderia abalar as bolsas americanas durante o pregão. A ausência de confusão fez o S&P 500 subir +1,39%. No entanto, o dia foi de queda para a Bolsa brasileira. O Ibovespa, principal índice de ações recuou -0,76%;
O que justifica a queda por aqui foi um novo dia negativo para as commodities após a China colocar mais uma província, agora de 1,7 milhão de habitantes, sob lockdown. Além disso, o ritmo de vacinação ainda lento, além de reforçar a pressão por mais estímulos sociais, indica que a saída do home office rumo a livre circulação de pessoas ainda vai demorar meses;
Dessa forma, o cenário corporativo foi simplesmente reflexo de tudo isso. Entre as quedas, os setores mais afetados pela pandemia como shoppings e Embraer além das empresas ligadas a commodities após o lockdown em mais uma província na China. O dia negativo também afetou os grandes bancos, que vinham subindo diante da rotação de setores recentes;
As empresas mais ligadas ao e-commerce foram as grandes ganhadoras desta quarta-feira (20) com B2W (BTOW3, +8,5%), Magalu (MGLU3, +5,6%) e Lojas Americanas (LAME4, +4,1%) registrando as três maiores altas do índice após a percepção de que uma eventual volta à livre circulação demorará mais tempo do que o imaginado;
Por fim, após o final do pregão, o Copom comunicou que manteve a Selic em 2%, em linha com o aguardado. Porém, em seu comunicado, o Conselho afirmou que supõe uma Selic a 3,25% ao final de 2021. No entanto, ele também segue descrevendo a alta recente da inflação como “temporária”, indicando que a próxima reunião daqui a seis semanas deve seguir mantendo a taxa de juros no patamar atual.
Indicadores |
Brasil: |
FGV: Monitor do PIB em novembro (10h15) |
Tesouro faz leilão de prefixados (11h) |
EUA: |
Após o fechamento, balanços de IBM e Intel |
Deptº do Trabalho: pedidos de auxílio-desemprego devem somar 925 mil (10h30) |
Europa: |
Zona do euro/Comissão Europeia: prévia da confiança do consumidor de janeiro (12h) |
Zona do euro: BCE anuncia decisão de política monetária, seguida de coletiva (9h45) |
Ásia: |
Japão/Jibun Bank: PMI composto em janeiro (20h30) |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.