O Fed e Copom roubaram a cena na semana passada; do FED veio um posicionamento sem surpresas que desagradou os investidores e gerou a maior alta dos rendimentos dos treasures, há uma clara divergência do mercado e do fed sobre a inflação, assim como foi no Brasil no ano passado e causou um susto com a mudança do Copom na última quarta-feira (17), que não apenas aumentou a taxa Selic em 0,75%, para 2,75% aa, como sinalizou uma elevação da mesma magnitude na próxima reunião de maio.
O Copom fez uma forte mudança na política monetária, mas por enquanto, não teve o efeito esperado na curva de juros, que voltou a operar sob estresse, com alta dos longos refletindo os riscos da pandemia para as perspectivas econômicas e o quadro fiscal.
Já o dólar respondeu em firme queda, abaixo de R$ 5,50, às novas expectativas para a Selic, que rodam entre 5% e 6,5% no final do ano, enquanto o Ibovespa surpreendeu e reagiu bem subindo 1,81% na semana passada, com o noticiário de compra de novas vacinas e possível fluxo estrangeiro na B3 com um cenário de juros mais alto, que seria um efeito reverso, pois alta de juros tende a derrubar os mercados acionários. Porém, a expectativa é de que com a entrada de um novo fluxo estrangeiro com juros mais atrativos, a Renda Variável pode pegar um pequena parcela disso com ativos atrativos em dólar e isso já faria uma grande diferença no volume total da B3.
No canário político, as divergências continuam entre o presidente Bolsonaro, governadores e demais poderes em relação a gestão da pandemia. Observa-se pelas reações no Congresso, após a morte do Senador Major Olímpio (PSL-SP) na semana passada e também de vários setores da sociedade, entre os quais, tem muita importância a Carta dos Economistas, divulgada no fim de semana, e subscrita por vários representantes do mercado financeiro. O manifesto aberto assinado por um grupo de quase 200 economistas e empresários será enviado na próxima semana aos líderes dos três poderes, pedindo efetividade no combate à covid.
A esperança é para a reunião de Bolsonaro com os presidentes do Câmara e do Senado, além de representantes do Judiciário, na próxima 4ªF, para um esforço nacional que consiga por fim à escalada da crise.
No cenário internacional, a troca de comando no Banco Central da Turquia afeta mercados asiáticos, atentos à evolução do caso, o dólar americano chegou a subir 15% ante lira turca; a bolsa de Tóquio (Nikkei) fechou em queda de 2,07%, Hong Kong (Hang Sang) recuou 0,36%, Seul (Kospi) caiu 0,13%, já na China (Xangai Composto) subiu 1,14%.
As bolsas europeias operavam em ligeira baixa nesta manhã, com investidores também acompanhando a súbita decisão do presidente Erdogan de substituir o presidente do Banco Central. Ações de bancos expostas ao país do Oriente Médio sofrem e puxam os índices para baixo. Há pouco, a bolsa de Londres caía 0,10%, Paris (-0,28%) e Madri (-1,51%), porém Frankfurt subia 0,19%. NY futuros: Dow Jones cai 0,26%, S&P 500 recua 0,04% e Nasdaq sobe 0,59%; Yield do T-note de 10 anos cai a 1,68310% (1,72470%); Petróleo tipo Brent para maio sobe 0,23%, para US$ 64,18 o barril.
O índice Bovespa segue em um processo de correção no curto prazo, porém ao operar no nível dos 116 mil pontos, interrompe temporariamente o movimento mais forte de baixa e começa a consolidar uma congestão, o que é positivo neste momento. No período mais longo, ainda se preserva acima da média móvel de 200 períodos (linha azul), mantendo portanto, uma tendência de alta no longo prazo.
Indicadores |
Brasil: |
Boletim Focus (8h25) |
Balança Comercial (15h) |
Aneel: reunião extraordinária (9h) |
CNI: sondagem da indústria da construção em fevereiro |
FGV: Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores de março (8h) |
EUA: |
Fed de Chicago: índice de atividade nacional em fevereiro (9h30) |
Vendas de moradias usadas em fevereiro (11h) |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.