Passamos por mais uma semana difícil, com a pandemia no auge, afetando as perspectivas para a economia (com os lockdowns) e para o quadro fiscal. Apesar da aprovação da PEC Emergencial, que foi uma boa notícia, já se vislumbra a necessidade de auxílio emergencial adicional. O governo, finalmente, acelera as compras de vacinas, mas elas ainda demoram a chegar em escala. Na política, a decisão de Fachin de anular as condenações de Lula, tornando-o elegível, agitou o quadro eleitoral para 2022, porém trás uma enorme insegurança jurídica para o país e perda de credibilidade.
A movimentação política em torno do Ministério da Saúde no momento mais grave da pandemia do país chama a atenção neste início de semana marcada por reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. A médica cardiologista intensivista Ludhmila Hajjar e o deputado federal Luiz Antônio Teixeira Jr, o doutor Luizinho (PP-RJ), estão entre os cotados para assumir o cargo de ministro da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello, de acordo com fontes parlamentares. Ao mesmo tempo, o mercado volta as atenções para as reuniões de política monetária do Banco Central e do Federal Reserve, ambas na quarta-feira. As bolsas globais sobem nesta sessão enquanto os rendimentos dos títulos dos Estados Unidos rondavam pico de 13 meses diante de apostas de que o crescimento econômico vai acelerar e, por consequência, pressionar a inflação.
A semana começa com dados positivos da China e novos horários das bolsas em NY (10h30 às 17h) e B3 (10h às 17h); na China, a produção industrial tem alta anual de 35,1% no primeiro bimestre, acima da previsão de 30,5%, as vendas do varejo registram alta anual de 33,8% em janeiro e fevereiro, melhor que o esperado (31,3%); a bolsa do Japão (Nikkei) fechou em alta de 0,17%; Hong Kong (+0,33%); Xangai (-0,96%); na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 0,28%.
Na 4ªF, o Copom começa a subir a Selic e a maior parte do mercado aposta em uma alta para 2,50%. Também o Fed tem reunião no mesmo dia, neste caso, há poucas esperanças de que possa reconhecer as pressões no mercado dos Treasuries, o que deve garantir dias de expectativa no início desta semana.
As bolsas na Europa operam com ganhos nesta segunda-feira, animadas com os dados na China e também melhora nos resultados de empresas, como da francesa Danone, além da expectativa com a reunião do FOMC nesta quarta-feira, cujo comunicado poderá dar dicas sobre a alta recente dos Treasuries. A bolsa de Frankfurt ganhava 0,22%, Londres (+0,3%) e Paris (+0,34%).
Os principais índices das bolsas americanos amanheceram em alta, após o Dow Jones e o S&P 500 baterem recordes de alta no fechamento de sexta. Os ganhos são cautelosos, mas respondem aos dados fortes da produção industrial e vendas do varejo na China, assim como a recuperação da economia americana, mas os investidores monitoram o vaivém dos yields dos Treasuries.
Futuros em NY: Dow Jones sobe 0,37%, S&P 500 (+0,24%) e Nasdaq (+0,23%); Yield do T-note de 10 anos cai a 1,6160%, de 1,6274% do fechamento de sexta-feira. Ouro para abril sobe 0,48%, cotado a US$ 1,728,00 a onça-troy; petróleo tipo Brent para maio sobe 0,32%, para US$ 69,44 o barril; WTI para abril ganha 0,40%, para US$ 65,87.
O índice Bovespa segue em um processo de correção no curto prazo, porém ao operar no nível dos 115 mil pontos, interrompe temporariamente o movimento mais forte de baixa e começa a consolidar uma congestão, o que é positivo neste momento. No período mais longo, ainda se preserva acima da média móvel de 200 períodos (linha azul), mantendo portanto, uma tendência de alta no longo prazo.
Indicadores |
Brasil: |
Boletim Focus (8h25) |
Balança comercial semanal (15h) |
IBC-Br de janeiro (9h) |
BC faz leilão extra de swap cambial com a oferta de até 10.000 contratos (US$ 500,0 milhões) (9h30) |
Balanços: após fechamento do mercado, saem resultados do 4ºTRI de Eletrobras, Direcional, Guararapes, Hidrovias do Brasil, Mahle Metal, Mitre e Positivo |
EUA: |
Fed NY: atividade industrial Empire State de março (9h30) |
Europa: |
França/OCDE: divulgação de relatório sobre PIB do G20 (8h) |
Bélgica: reunião do Eurogrupo |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.