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Finanças

Morning Call: desafios globais podem impactar as bolsas de valores

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

Cenário global e bolsa de valores

Os mercados globais estão sentindo os impactos dos desafios que se deparam sem uma perspectiva da solução no curto prazo, como a crise de energia que afetou a Europa e a China, os gargalos da cadeia produtiva no pós-pandemia com desequilíbrios que gera pressão inflacionária, os sinais de desaceleração da atividade, a iminência do tapering que reduzirá os estímulos monetários e a liquidez global com impacto maior sobre as economias emergentes e as crises, como o caso de Evergrande na China e o risco de um calote nos EUA se o teto da dívida não for elevado até sábado, com risco de paralização das atividades do governo. Os mercados emergentes continuavam pressionados nesta terça-feira pelas preocupações com o mercado imobiliário da China e da crise energética. Enquanto isso, o aumento dos rendimentos dos Treasuries pesava sobre a maioria das moedas globais, antes dos dados de criação de vagas de emprego nos Estados Unidos a serem divulgados na sexta-feira.

As bolsas asiáticas fecharam nesta terça-feira sem uma única direção e várias delas foram pressionadas pelas perdas de ontem em NY. Em Tóquio, o Nikkei perdeu -2,19%, em Seul, o Kospi voltou de um feriado com queda de -1,89% (o pior nível em sete meses). As perdas de NY lideradas pelas big techs repercutiram na queda das ações de tecnologia nas bolsas da Ásia. Hong Kong terminou o pregão em alta, com o Hang Seng subindo + 0,28%, graças a petrolíferas (a PetroChina subiu 7,59%, maior nível desde 2020) e ao forte avanço nos preços do petróleo. Empresas do setor imobiliário têm quedas acentuadas após a Fantasia Holdings não honrar pagamento de um bônus em dólar. 

Futuros: Dow Jones (+ 0,39%), S&P 500 (+ 0,41%), Nasdaq (+ 0,55%); Petróleo: Brent a US $ 81,70 (+ 0,54%); WTI a US $ 77,91 (+ 0,37%); Ouro: -0,55%, a US $ 1,757,90 a onça-troy na Comex; Treasuries: T-note de 10 anos a 1,49200 (de 1.48070); Bolsas na Europa; Londres (+ 0,70%) a 7.059; Frankfurt (+ 0,40%) a 15,096; Paris (+ 0,85%) a 6,532; Madrid (+ 0,65%) a 8.848.

Cenário no Brasil 

Some-se agora a este cenário externo mais adverso, as incertezas fiscais no Brasil que traz mais pressão para o câmbio, com a indefinição dos precatórios e do financiamento do Auxílio Brasil, que não se resolvem e se complicam ainda mais a medida que nos aproximamos do ano eleitoral. O recado de Roberto Campos Neto de que, se o teto de gastos for ameaçado, “haverá reprecificação dos ativos” antecipa o estresse que pode tomar conta do mercado doméstico. Sobre a inflação, o presidente do Banco Central disse que não há na história recente do Brasil tantos choques sucessivos sobre os preços, citando especificamente a crise hídrica, as geadas e o preço dos combustíveis. Apesar da garantia de que o Copom irá “aonde for preciso” para cumprir a meta de inflação, os desafios continuam sendo reforçados pela piora nas estimativas do IPCA no Focus.

Ainda na cena nacional, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seguem no radar depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter informado que vai abrir apurações preliminares para investigar offshores ligadas a eles, citadas em reportagens do caso Pandora Papers. Campos Neto afirmou no fim da segunda-feira que não fez nenhuma remessa para offshore “em nenhum momento” desde que entrou no governo, e que era importante esclarecer o tema para seguir em diante com agenda.

Ibovespa 

Renovados temores inflacionários diante da escalada dos preços do petróleo, receios do recrudescimento nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China, esta novamente assombrada pelo fantasma da Evergrande, azedaram o humor de investidores, levando junto ladeira abaixo o principal índice brasileiro de ações. O Ibovespa caiu 2,22%, a 110.393,09 pontos, com volume financeiro de R$ 33,2 bilhões. o IBOV entrou em uma tendência de baixa no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos e formar topos e fundos descendentes, além disso, um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil, 120 mil pontos, por último os 115 mil pontos e segue se afastando abaixo da média móvel curta (21 períodos).

Indicadores econômicos e eventos
IBGE: Pesquisa Industrial Mensal de agosto (9h)
IHS Markit: PMI de serviços de setembro e PMI composto (10h)
EUA / IHS Markit: PMI composto final de setembro e PMI serviços (10h45)
EUA / ISM / Chicago: PMI de serviços de setembro (11h)
EUA / API: estoques de petróleo da semana até 01/10 (17h30)
EUA: Secretária do Tesouro, Janet Yellen, fala sobre teto da dívida fiscal em entrevista à CNBC (8h30 )

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