Ontem, em dia de vencimento de opções sobre ações e na expectativa das decisões do Copom e Fed, amanhã, o Ibovespa operou com muita volatilidade, antes de fechar em alta de 0,60%, aos 114.850,74 pontos. Além do exterior, em fechamento positivo, o índice foi amparado pela Petrobras, em alta de 2,07%, apesar da queda do petróleo; além dos bancos, no aguardo de alta maior da taxa Selic na quarta-feira; Itaú PN (+1,18%) e Bradesco PN (+1,4%). A queda do minério de ferro em Qingdao (-1,28%) e preocupações com a demanda derrubaram Vale ON, reduzindo perdas no fechamento a -0,60%; e CSN ON, a -4,76%, maior baixa do índice. Com os dados do IBC-Br, que subiu acima das estimativas, a 1,04% em janeiro, além da procura de ações do setor aéreo no exterior, motivado por dados positivos de tráfego nos aeroportos americanos, AZUL e GOL lideraram o índice, avançando forte, em 4,16% e 5,66%, respectivamente.
Hoje, o mercado deve seguir atento à movimentação política relacionada à pandemia depois da escolha do médico cardiologista Marcelo Queiroga para assumir o Ministério da Saúde, ao mesmo tempo em que aguarda decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. No Brasil, a expectativa é de que o Banco Central aumente a taxa de juros na quarta-feira pela primeira vez em quase seis anos, para enfrentar a alta da inflação, o aprofundamento da incerteza fiscal e uma taxa de câmbio fraca. Além disso, a Secretaria de Política Econômica deve divulgar atualização das suas projeções para o Produto Interno Bruto e a inflação. As estimativas mais recentes da secretaria, divulgadas em novembro, apontam para um crescimento de 3,2% este ano, com IPCA de 3,23%, porém estes dados devem mudar com o agravamento da pandemia e pressão inflacionária persistente.
No exterior, investidores apostam que o Federal Reserve vai manter a política monetária expansionista na quarta-feira para ajudar a direcionar a recuperação econômica global pós-pandemia. São fracas as apostas para vendas no varejo e produção industrial nos EUA, mas, se surpreenderem, podem causar mais volatilidade nos rendimentos dos Treasuries, na pressão para o Fed reagir ao risco de inflação.
NY: futuro de Dow Jones cai 0,15%, S&P 500 (-0,01%) e Nasdaq (+0,41%); Yield do T-note de 10 anos cai a 1,6005% (de 1,6082% no fechamento de ontem); Petróleo tipo Brent cai 1,66%, cotado a US$ 67,74 o barril; Ouro sobe 0,09%, a US$ 1.730,80 a onça-troy; Minério de ferro sobe 1,83% em Qingdao, para US$ 166,32.
As bolsas europeias abriram em alta, acompanhando o rali do fim do dia ontem em Nova York (índices fecharam nas máximas). Ajudaram as expectativas da montadora Volkswagen, que disse estar confiante de que os cortes de gastos vão melhorar as margens de lucros no próximo ano, além do índice Zew alemão de expectativas econômicas, que subiu a 76,6 em março, ante previsão de +74. Há pouco, a bolsa de Frankfurt subia 0,64%, Londres (+0,48%) e Paris (+0,19%). Ásia: bolsa de Tóquio (Nikkei) fecha em alta de 0,52%; Xangai (+0,78%); Hong Kong (+0,67%); Seul (Kospi) sobe 0,70%.
O índice Bovespa segue em um processo de correção no curto prazo, porém ao operar no nível dos 115 mil pontos, interrompe temporariamente o movimento mais forte de baixa e começa a consolidar uma congestão, o que é positivo neste momento. No período mais longo, ainda se preserva acima da média móvel de 200 períodos (linha azul), mantendo portanto, uma tendência de alta no longo prazo.
Indicadores |
Brasil: |
Primeiro dia da reunião do Copom |
FGV: IGP-10 de março (8h) |
FGV: IPC-S da segunda quadrissemana de março (8h) |
Caged: projeção é de 179 mil postos formais de emprego criados em janeiro (10h30) |
Balanços de Gafisa e Notre Dame, após o fechamento do mercado |
EUA: |
Deptº do Comércio: vendas no varejo em fevereiro (9h30) |
Fed: produção industrial de fevereiro (10h15) |
API: estoques de petróleo (17h30) |
Europa: |
Alemanha/ZEW: Índice de sentimento econômico em março (7h) |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.