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Finanças

Morning Call: Ibovespa fica para trás, apesar de bons resultados corporativos

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

Cenário global e bolsa de valores

Para fechar a primeira semana de agosto, os investidores estarão focados nos dados de emprego norte-americanos, em busca de pistas sobre quando e como o Federal Reserve vai começar a reduzir seu grande programa de compra de ativos, ou seja, o primeiro passo para redução de estímulos monetários e os mercados globais ficam atentos, pois este movimento traz impactos para todos. O Departamento do Trabalho dos EUA divulga às 9h30 o esperado relatório de emprego de julho (payroll), com expectativa em pesquisa da Reuters prevendo que foram criadas 870 mil vagas de trabalho no mês passado depois de 850 mil em junho. O banco central americano (Fed) já sinalizou diversas vezes de que a prioridade da política econômica do governo é a recuperação do mercado de trabalho, mesmo que para isso tenham que tolerar uma inflação acima da meta de 2% ao ano.  

As bolsas europeias operam próximas da estabilidade nesta sexta-feira, antes da divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos, mas caminhavam para sua melhor semana desde maio, com os investidores mais otimistas na recuperação econômica da região e no crescimento dos balanços corporativos. O índice pan-europeu STOXX 600 está estável, após quatro pregões consecutivas de altas que o levaram a máximas histórica ontem e hoje já renovou o recorde aos 469,1 pontos. Os balanços corporativos acima das estimativas no segundo trimestre têm melhorado o sentimento otimista do mercado neste início do mês, apesar das preocupações persistentes sobre a economia dos EUA, que desacelera o crescimento e a recuperação do mercado de trabalho, mas acelera a temida inflação, além dos casos crescentes da variante Delta em todo o mundo. 

Ásia: Bolsa de Xangai fechou em queda de 0,24%, aos 3.458,23 pontos; Em Tóquio, índice Nikkei subiu 0,33%, para 27.820,04 pontos; Em Hong Kong, Hang Seng ficou estável ( -0,01%), aos 26.201,02 pontos; em Seul, Kospi caiu 0,18%, para 3.270,36 pontos; Europa: índice Stoxx 600 estável, aos 469,94 pontos; Bolsa de Frankfurt sobe 0,17%, Londres + 0,05%, Paris + 0,10% e Madri + 0,02%; NY/Pré-Mercado: futuros de índices acionários de lado, à espera do payroll; NY/Pré-Mercado: futuro do Dow Jones sobe 0,01%, do S&P 500 +0,02% e do Nasdaq -0,11%; Petróleo: Brent para outubro sobe 0,56%, a US$ 71,69 o barril; WTI para setembro ganha 0,52%, para US$ 69,45 o barril; Ouro para dezembro cai 0,50%, cotado a US$ 1.799,85 a onça-troy.

Brasil e Ibovespa hoje

Como venho comentando nas últimas edições do Morning Call, o maior risco para a bolsa brasileira é o cenário político até as eleições de 2022. Segue em alta a tensão política e fiscal em Brasília. Na primeira resposta direta após a escalada da tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal, o presidente do STF, Luiz Fux, rebateu os ataques feitos pelo chefe do Executivo a magistrados da corte e anunciou o cancelamento de uma reunião que ocorreria entre os chefes dos Poderes, portanto declarando uma crise institucional que repercute nos mercados domésticos que são movidos pela confiança e sem ela, o investidor não vem para o país.

O primeiro reflexo negativo e imediato é na bolsa de valores e em seguida, no médio prazo, impacta a economia real. Ainda na noite desta quinta-feira, a comissão especial da Câmara dos Deputados rejeitou proposta para adoção do voto impresso pelas urnas eletrônicas, em uma grande derrota para o presidente. Este cenário instável, está ofuscando os bons números dos resultados das empresas no segundo trimestre, importante termômetro para sinalizar a recuperação da atividade econômica, como por exemplo no setor financeiro: o lucro somado de Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Itaú sobe 63,6%, para R$ 22 bilhões, no 2TRI. 

Ibovespa fechou com uma leve queda na quinta-feira por receios com os cenários político e fiscal no país e pela queda de Vale, que ofuscou a disparada de Petrobras após resultado acima das expectativas e antecipação de dividendos. O índice da bolsa brasileira caiu 0,14%, a 121.632,92 pontos, com volume financeiro R$ 38,1 bilhões. 

O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém um movimento de queda no curto prazo foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil pontos e cruzar abaixo da média móvel curta (21 períodos). O Investidor estrangeiro retirou R$ 157,82 milhões da B3 em 4 de agosto, quarta-feira; entrou com R$ 927,4 milhões líquidos na B3 no acumulado de agosto; no ano, saldo é positivo em R$ 40,68 bilhões.

TradingView Chart Snapshot
Indicadores econômicos:
Anfavea: Produção de veículos de junho (10h)
Brasil: Balanços do Banco ABC Brasil, antes da abertura e de M. Dias Branco
EUA / Dpto. do Trabalho: relatório de empregos (payroll) de julho (9h30)
EUA / Deptº do Comércio: estoques no atacado de junho (11h)
EUA / Baker Hughes: poços de petróleo em operação (14h)
EUA / Fed: crédito ao consumidor de junho (16h)

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