Cenário global e bolsa de valores
Nesta quinta-feira, os investidores continuam mais cautelosos analisando até onde e com que intensidade o Banco Central americano (Federal Reserve) começará a elevar os juros este ano. Ainda no cenário global, também limita a tomada de risco o fato de o índice de tecnologia Nasdaq ter demonstrado sinais sólidos de correção a partir de 3 de janeiro e na quarta-feira fechou em níveis de julho de 2021, bem como os preços ainda elevados do petróleo e as tensões políticas em torno da Ucrânia no cenário geopolítico.
As bolsas da Europa iniciaram o pregão desta 5ªF em alta acompanhando o tom positivo dos futuros de NY, mas . Porém, o clima predominante nesse início de ano é de cautela, principalmente em torno das pressões inflacionárias, que impactam os juros e consequentemente todo o mercado, com maior peso sobre os ativos de risco. A Alemanha indicou há pouco inflação recorde ao produtor, de 24,2% em dezembro na comparação anual. Investidores estão também na expectativa pela inflação ao consumidor da zona do euro e também a ata da última reunião do BCE. Mais cedo, Londres recuava -0,18%; Frankfurt, -0,18%; Paris, -0,45%; Madrid, -0,09%; Stoxx600, -0,08%.
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, com algumas ações de grandes empresas avançaram nesta quinta-feira depois do corte de uma série de taxas de juros para impulsionar a economia, com os investidores na expectativa de mais afrouxamento monetário por Pequim. Enquanto em Hong Kong, o índice Hang Seng apresentava expressiva alta de +3,42%, na China, os índices caíram, mesmo com a decisão do Banco Central do país em voltar a cortar os juros para sustentar a economia após novas ondas de casos de covid. O Xangai perdeu -0,09%, a 3.555 pontos. Em Tóquio, o Nikkei subiu +1,11%, a 27.772 pontos e o Kospi teve alta de +0,72%, a 2.862 pontos, interrompendo, em Seul, uma sequência de cinco pregões em queda.
Cenário no Brasil
Já na cena nacional, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, faz palestra em evento do Santander por videoconferência a partir das 15h. Enquanto isso, a situação dos servidores públicos segue no radar, com fontes informando à Reuters que, mesmo após os recentes protestos de servidores e ameaças de greve, o ministro da Economia, Paulo Guedes, mantém a defesa de que não seja concedido reajuste salarial a nenhuma categoria do funcionalismo e o próprio presidente deu sinais de que este pode ser o desfecho final.
Ibovespa
A bolsa surfa na onda do fluxo externo, no acumulado de janeiro, o saldo de investimento estrangeiro na B3 é positivo em R$ 14,01 bilhões. Além disso, também se beneficia do fluxo positivo para as commodities (a China cortou juro de novo ontem à noite) e o dólar, graficamente vendido, aproveitou a queda em NY, onde ninguém sabe o que está havendo com os recentes movimentos de correção. O principal índice da bolsa brasileira teve alta firme na quarta-feira, novamente na contramão das bolsas de Wall Street, que caíram mesmo com os rendimentos de títulos do governo norte-americano devolvendo máximas em dois anos. O Ibovespa avançou 1,26%, a 108.013,47 pontos, com volume financeiro de R$ 29,3 bilhões.
Indicadores econômicos e eventos |
EUA: Balanços de Netflix e American Airlines (horário não divulgado) |
Zona do euro/Eurostat: CPI final de dezembro e Núcleo do CPI (7h) |
Turquia: Decisão de política monetária do BC (8h) |
Alemanha: BCE divulga ata da última de decisão de política monetária (9h30) |
EUA/Deptº do Trabalho: Pedidos de auxílio-desemprego da semana até 15/01 (10h30) |
EUA/NAR: vendas de moradias usadas em dezembro (12h) |
EUA/DoE: Estoques de petróleo da semana até 14/01 (13h) |
Roberto Campos Neto profere palestra no Santander (15h) |
Japão: BoJ divulga ata relativa à reunião de política monetária (20h50) |