Os mercados globais trabalham em queda nesta sexta feira (16) a medida que nos aproximamos da próxima reunião do Fed, o banco central dos EUA, no dia 21/09 e a tendência de que os juros terminais no país supere a marca dos 4% fica mais presente nos ativos de risco derrubando cotações.
Na Ásia, mesmo com dados positivos da economia chinesa, as principais bolsas registram quedas. A produção industrial chinesa registrou uma alta acumulada em 12 meses de 4,2% após registrar um crescimento de 3,8% em julho e superou as expectativas do mercado de uma manutenção do ritmo de 3,8%. A taxa de desemprego registrou leve queda ao passar de 5,4% em julho para 5,3% em agosto. Mesmo assim, no encerramento do pregão foram registradas quedas como no índice Nikkei com recuo de 1,11%, Hang Seng com perdas de 0,89%, Shanghai em baixa de 2,30%, Taiex em queda de 0,74% e o sul coreano KOSPI com baixa de 0,79%.
Na Europa o clima de aversão ao risco também contamina os mercados com o agravante da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor da zona do Euro que registrou alta de 0,6% em agosto superando as projeções de um crescimento de 0,5%. O acumulado em 12 meses se mantém em 9,1% em linha com expectativas e o núcleo do índice, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, mantém sua alta em 12 meses de 4,3%. Já no Reino Unido, os dados negativos são do setor de varejo que registrou queda nas vendas 1,6% em agosto, resultado pior do que a queda de 0,5% esperada pelo mercado. No acumulado em 12 meses, a queda passa de 3,2% registrada em julho para 5,4% em agosto também pior do que a queda de 4,2% esperada.
As principais bolsas europeias eram negociadas com quedas nesta manhã com o índice alemão DAX registrando perdas de 1,58%, o CAC em queda de 1,19%, o FTSE oscilando entre perdas e ganhos com +0,01%, o IBEX com -1,19% e o Euro Stoxx com 1,09% de queda.
Pré mercados dos EUA em queda evidenciam sexta feira difícil
Os contratos futuros dos principais índices dos EUA já eram negociados com perdas nesta manhã com Nasdaq: -1,06%, S&P 500: -0,87% e Dow Jones: -0,77%. As taxas das treasuries de até 2 anos avançavam enquanto os vencimentos mais longos registravam recuo, indicando que o mercado espera maiores juros no curto prazo pela nova postura do Fed para conter a inflação dos EUA.
Queda de 0,9% do IGP-10 supera expectativas
Hoje (16) foi divulgado o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) pela FGV com queda de 0,9% em setembro após registrar deflação de 0,69% em agosto, enquanto as projeções para o índice eram de uma queda de 0,4%. Com este resultado, o acumulado em 12 meses passa de 8,82% para 8,24%. A contribuição para a deflação veio do comportamento dos preços dos combustíveis que ajudou na desaceleração tanto no IPC como no IPA.
Dentre os índices que compões o IGP-10, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve queda de 1,18%, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registoru deflação de 0,14% e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) caiu 0,02%.
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