Morning Call: na semana de queda das bolsas globais, Ibovespa fica mais barato

Cenário global e bolsa de valores

No último dia da semana, os mercados globais iniciaram os negócios com mais um pregão de baixas nas bolsas de valores e alta do dólar em meio a preocupações com a Covid-19 que se espalha em algumas partes do mundo levando países a tomarem novas medidas de restrições, como por exemplo Sydney, na Austrália, que prorrogou o lockdown até setembro para conter a variante Delta, além disso, já há um sentimento de cautela antes do encontro de banqueiros centrais em Jackson Hole na próxima semana. Porém, hoje não teremos indicadores econômicos relevantes na agenda. Em uma semana de correções nas bolsas globais, o S&P 500 em NY recua 1,39% até 19/08, o índice europeu Stoxx 600 caiu 1,96%, o Ibovespa no Brasil perdeu 3,32% no mesmo período e na China, o índice Shanghai Composite cedeu 2,53% com o fechamento de hoje. 

Os índices futuros das bolsas em Wall Street estão em baixa, seguindo o movimento negativo na Ásia. Hoje, a China voltou a assustar os investidores, ao aprovar uma lei de privacidade que vai restringir a ampla coleta de dados de usuários por empresas de tecnologia. Além disso, o tapering sempre está no radar e a variante Delta do covid-19 também dá dor de cabeça aos investidores, assim como a queda das commodities, com destaque para o petróleo e minério de ferro, que levaram as empresas dos setores a despencarem nos últimos dias. 

Em LONDRES, o índice Financial Times recuava 0,20%, a 7.044 pontos; Em FRANKFURT, o índice DAX caía 0,43%, a 15.697 pontos; Em PARIS, o índice CAC-40 perdia 0,33%, a 6.583 pontos; Em MILÃO, o índice Ftse/Mib tinha desvalorização de 0,56%, a 25.783 pontos; Em MADRI, o índice Ibex-35 registrava baixa de 0,18%, a 8.886 pontos; Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizava-se 0,30%, a 5.287 pontos; O petróleo tipo Brent em Londres recuava 0,80%, a 65,92 dólares por barril; Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,98%, a 27.013 pontos; Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,84%, a 24.849 pontos; Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,10%, a 3.427 pontos; NY / Pré-Mercado: futuro do Dow Jones cai 0,43%, do S&P 500 -0,39% e do Nasdaq -0,25%.

Cenário no Brasil

Em uma semana marcada pelas preocupações com a suposta retirada dos estímulos monetários pelo Federal Reserve e, no Brasil, pelas questões fiscais e políticas, chega ao fim com o ministro da Economia, Paulo Guedes, como destaque da agenda e no centro das atenções. Guedes participará de audiência no Senado sobre a reforma tributária, a partir das 11h, que terá como foco a discussão sobre mudanças na taxação sobre consumo e às 17h, o ministro dará entrevista para programa da Genial Investimentos. A tarde terá outro nome de peso da equipe econômica, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, falando sobre a polêmica PEC dos Precatórios em evento virtual da publicação Jota, às 16h.

Independente de resultados corporativos bons, o mercado começa a precificar um ambiente mais hostil para os negócios, com inflação, juros mais altos, cenário político e fiscal incerto e que no futuro acabam impactando os resultados das empresas e o crescimento do PIB. Mas também não vejo como algo disfuncional e sim um ajuste, pois não tinham motivos para a bolsa brasileira continuar em topo histórico. IBOV volta a ficar barato, negociando 7 x lucro.

Ibovespa

O Ibovespa fechou em alta na quinta-feira, após um pregão pesado que parecia mais um dia pessimista, mas a bolsa brasileira escapou da quarta queda consecutiva, embora o expressivo declínio das ações da Vale tenha limitado o avanço do indicador. O IBOV avançou +0,45%, a 117.164,69 pontos, com volume financeiro de R$ 38,5 bilhões, acima da média.O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém um movimento de queda no curto prazo foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil e 120 mil pontos e cruzar abaixo da média móvel curta (21 períodos).