Destaques (José Falcão Castro):
Hoje o foco está no Banco Central dos EUA e apesar de não serem esperadas mudanças, o Fed deve reforçar em decisão de política monetária sua mensagem dovish, garantindo os estímulos monetários que sustentam a liquidez global e beneficiam os emergentes que recebem parte deste fluxo, apenas na B3 em janeiro o investidor estrangeiro já ingressou com R$ 22,935 bilhões. Além disso, os balanços continuam a movimentar as bolsas em NY, com Apple e Facebook, após o fechamento;
No pré-mercado de NY, Dow Jones futuro (-0,40%) e S&P 500 (-0,25%) recuam antes do Fed, mas Nasdaq (+0,36%) sobe confiante nos resultados da Apple, que saem hoje após o fechamento;
Na Europa, além de cautela pré-Fed, as bolsas estão em baixa com o tombo da confiança do consumidor alemão – o índice GFK caiu de -7,5 pontos em janeiro para -15,6 pontos em fevereiro (projeção -7,8). A lentidão na vacinação em meio ao repique com covid também coloca pressão nas bolsas europeias; AstraZeneca e União Europeia se desentendem sobre ritmo de entrega do imunizante;
Frankfurt cai 0,84%, Londres (-0,61%), Paris (-0,69%), Madri (-0,62%), Milão (-1,15%); o destaque negativo é a bolsa de Lisboa, que cai mais de 3%;
Aqui, a ata do Copom surpreendeu, ao sinalizar alta antecipada da Selic, que reduziu a inclinação da curva a termo e derrubou o dólar, trazendo alívio aos investidores que criticavam os riscos do juro negativo para o câmbio e a inflação.
Análise Gráfica – IBOV (Hugo Carone):
IBOV ajustando a região de resistência do gráfico diário que vem sendo respeitada pelo sétimo pregão seguido, 119.880 e chamando atenção para o importante suporte do semanal que segue sendo testado na faixa dos 116 mil pontos. Se este suporte for perdido vamos ter uma possível espaço maior para correção, que pode em um primeiro momento ir até 110.000 pontos. Se for para alfinetar a região dos 116.000 e voltar para fechar a semana acima, não teria problema.
Cenário global e bolsa brasileira ontem (Murilo Breder):
A queda já era esperada após a o recuo na véspera de -1,7% no Dow Jones Brazil Titans, índice de empresas brasileiras negociadas nos Estados Unidos. A Bolsa brasileira chegou a surpreender durante a manhã ao registrar alta após um alinhado discurso do governo em favor do respeito ao teto de gastos. Além de dizer que o compromisso com o teto de gastos se manterá firme, Bolsonaro disse que seu governo priorizará as reformas atuando com o Congresso e que ainda quer acelerar privatizações e concessões este ano. No entanto, a forte queda dos grandes bancos e das empresas de commodities fizeram o Ibovespa virar para a queda e fechar em um recuo de -0,78%, em 116.464 pontos;
No cenário corporativo, o destaque é para a dupla Eletrobras (ELET3, -9,7%) e BR Distribuidora (BRDT3, +9,6%), respectivamente, o menor e maior desempenho do Ibovespa nesta terça-feira (26). A queda da Eletrobras já não era surpresa após seus papéis negociados nos EUA terem despencado 11% na véspera diante da saída do atual CEO Wilson Ferreira Jr., o que minimiza ainda mais as chances de privatização da estatal de energia. Por outro, as ações da BR Distribuidora comemoram a chegada do executivo. A expectativa é de que ele acelere a saída da Petrobras, que ainda detém 37,5% da companhia, e aumente a eficiência da empresa.
Indicadores |
Brasil: |
FGV: sondagem do comércio em janeiro (8h) |
Tesouro: relatório mensal da dívida pública (14h30) |
EUA: |
Boeing (9h), Apple (18h30) e Facebook (18h05) divulgam balanços corporativos |
Encomendas de bens duráveis em dezembro (10h30) |
DoE: estoques de petróleo (12h30) |
Decisão de política monetária do Fed, seguida de coletiva com Jerome Powell (16h) |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.