O Ibovespa avançou mais de 2% nesta quarta-feira e fechou na máxima em quase um mês e em NY os índices S&P 500 e o Dow Jones fecharam em níveis recordes ontem fortalecidos pelo desfecho da reunião do Federal Reserve, que melhorou a projeção de crescimento econômico dos EUA em 2021, mas repetiu a promessa de manter a meta de juros próxima de zero nos próximos anos. O Índice Bovespa teve alta de 2,22%, a 116.549,44 pontos, maior patamar de fechamento desde 19 de fevereiro. O volume financeiro somou 47,8 bilhões de reais, em sessão com vencimento de opções sobre o Ibovespa.
O dólar sofreu uma reviravolta e fechou em queda ontem, abandonando as altas do início do dia. O movimento local seguiu a virada da moeda nos mercados externos, após o banco central dos EUA indicar que os juros ficarão perto de zero por pelo menos três anos. O dólar à vista caiu 0,52%, a 5,5876 reais.
Para hoje, no mercado brasileiro, fica projetado um possível gap de alta na ponta curta da curva de juros, após o Copom surpreender com aumento de 75 pontos da Selic, para 2,75%, evidenciando um ajuste de igual magnitude para maio, que poderá elevar o juro básico a 3,50%. Os juros longos podem corrigir, assim como dólar e bolsa também deve cair, mas há controvérsias. A B3 pode acabar se beneficiando, apostando que o juro mais alto atrairá o capital estrangeiro, que, por sua vez, derrubaria o dólar. Porém, o mercado tem que acreditar na decisão do Banco Central para ancorar as expectativas inflacionárias.
Enquanto isso, o cenário da pandemia no país segue no radar, depois de o Brasil registrar na quarta-feira um novo recorde diário de casos de Covid-19, ao contabilizar 90.303 novas infecções.
No exterior, os mercados acionários avançavam, na sua maior parte, depois que o Federal Reserve prometeu manter seu suporte, embora outra alta nos rendimentos dos títulos soberanos globais, no dólar e a virada para o vermelho de alguns índices americanos mostrem que nem todos se convenceram. O Fed projetou na quarta-feira um cenário robusto para o crescimento econômico dos Estados Unidos e disse que qualquer aceleração da inflação deve ser temporária e não justifica deixar sua postura expansionista.
As bolsas europeias operam majoritariamente em alta, respondendo à postura expansionista do FOMC ontem. Investidores esperam ainda o resultado da reunião do Bank of England (BoE) às 9 horas. Os destaques de alta são as montadoras, após reportarem resultados bons e acordos, o que favoreceu especialmente o mercado da Alemanha. Há pouco, a bolsa de Frankfurt subia 1,11%, Londres (+0,09%) e Paris (+0,25%).
Futuros NY: Dow Jones sobe 0,12%, S&P 500 cai 0,43% e Nasdaq (-1,21%); os yields dos Treasuries continuam a avançar hoje, com os investidores embalados pelo fato de o Federal Reserve, ontem, ter dito que permitirá mais inflação até que a economia se recupere da pandemia, o yield do T-note de 10 anos vai a 1,7224% (de 1,6436% no fechamento de ontem); petróleo do tipo Brent negociado em Londres opera em queda de 0,47%, a US$ 67,68 o barril; minério de ferro sobe 0,26%, para US$ 166,62 em Qingdao; bolsa de Xangai fecha em alta de 0,52% e Tóquio (Nikkei) avança 1,01%.
O índice Bovespa, após fechar acima de 115 mil pontos, em um movimento de alta forte e com volume, começa a sinalizar uma possível retomada, interrompe temporariamente a tendência de baixa e começa a consolidar um movimento de alta, o que é positivo neste momento. No período mais longo, ainda se preserva acima da média móvel de 200 períodos (linha azul), mantendo portanto, uma tendência de alta no longo prazo.
Indicadores |
Brasil: |
FGV: Segunda prévia de março do IGP-M (8h) |
Balanços de Gol, antes da abertura, e de Cyrela e Hapvida, após o fechamento do mercado |
EUA: |
Deptº do Trabalho: Pedidos de auxílio-desemprego da semana até 13/3 (9h30) |
Europa: |
Zona do euro/Eurostat: balança comercial de janeiro (7h) |
Reino Unido: BoE divulga decisão de política monetária (9h) |
* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico.