*ARTIGO

Desde o início da corrida espacial, a NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) desempenhou um papel fundamental na exploração do espaço, incluindo a histórica missão à Lua. No entanto, ao longo dos anos, houve ceticismo e teorias da conspiração sobre a veracidade dos pousos lunares da agência. 

Esse incômodo de décadas fez a NASA anunciar recentemente que ela usará a tecnologia blockchain em seu projeto Artemis para comprovar seus próximos pousos na Lua.

A missão Artemis é um plano ambicioso da NASA que tem como objetivo comprovar que os seres humanos realmente já pisaram — e podem pisar — na Lua. A missão é composta por várias etapas, sendo a segunda delas o lançamento do Artemis 2 em novembro do ano que vem. 

Embora essa missão seja tripulada, os quatro astronautas a bordo apenas orbitarão ao redor da Lua e retornarão à Terra. Por outro lado, conforme a agência americana divulgou, a Artemis 2 deve ser o teste final antes que o governo dos EUA coloque novamente os seres humanos na superfície lunar com Artemis 3, que está prevista para 2025. 

Quatro astronautas em trajes laranjas sorrindo na passarela de lançamento. Três homens e uma mulher da NASA.
Astronautas do próximo lançamento do projeto Artemis (Imagem: Reprodução/blog da Nasa)

No caso da próxima missão da Artemis, a tecnologia blockchain será usada para criar carimbos digitais, conhecidos como “curtimento digital”, que serão armazenados nos cubos de dados enviados para a Lua. 

Esses carimbos digitais servirão como uma assinatura virtual, indicando que os dados contidos nos cubos são autênticos e não foram adulterados. Ou seja, eles serão usados para confirmar o sucesso do próximo pouso lunar. 

Papel do blockchain

Qualquer informação registrada no blockchain é verificável e transparente, o que significa que a autenticidade dos dados não pode ser questionada. 

De modo didático, o blockchain é uma estrutura de dados que torna as informações imutáveis, transparentes e seguras. Cada bloco de dados desse sistema, que contem registros de dados, é conectado ao anterior formando uma cadeia. 

Uma vez que esses registros são feitos, eles não podem ser alterados ou apagados, tornando o blockchain uma ferramenta poderosa para autenticação e verificação de dados.

Essa tecnologia é particularmente relevante em um mundo onde informações e registros podem ser facilmente manipulados. Por isso, ela ajudará e será crucial para dissipar dúvidas referentes ao projeto, fornecendo um registro indiscutível dos dados coletados durante a missão Artemis.

A importância da autenticidade

A comprovação dos pousos lunares é uma questão crucial para a NASA. A agência enfrentou – e ainda enfrenta – ceticismo e teorias da conspiração desde os primeiros pousos na Lua, realizados entre 1969 e 1972. 

Embora a NASA tenha fornecido uma ampla evidência fotográfica e científica para provar os seis pousos do período, muitas pessoas continuam duvidando da sua veracidade. Alguns argumentam que as imagens e vídeos dos pousos foram forjados, enquanto outros questionam a capacidade da tecnologia da época para realizar tal feito.

Superfície lunar cinza com crateras, local do impacto da Luna 25 antes do evento.
Imagem de espaçonave LRO da Nasa mostra superfície da Lua
Divulgada em 31/08/2023
NASA’s Goddard Space Flight Center/Arizona State University via REUTERS

É aqui que a tecnologia blockchain desempenha um papel fundamental. Ao utilizar o blockchain para criar um registro imutável dos dados da missão lunar, a NASA poderá fornecer uma prova concreta e incontestável de que os seres humanos realmente pousaram na Lua.

De fato, o blockchain surgiu e ganhou maior visibilidade com as criptomoedas. Porém, como a NASA e outros players estão deixando claro, nem de longe a tecnologia se resume a elas. 

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.