A alta sinistralidade e frequência do uso dos planos de saúde acima dos níveis pré-pandemia tem levado operadoras a reajustarem os preços aplicados aos contratos acima da média do mercado, segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS). E o BTG Pactual vê com bons olhos o movimento.
Isso porque o aumento dos preços pelas prestadoras de serviços impulsiona as receitas e traz recuperação à rentabilidade, em especial, do Bradesco (BBDC4) e SulAmerica (SULA11), que reajustaram muito acima do setor.
“Com sinistros recordes e frequências ainda bem acima dos níveis pré-pandêmicos, acreditamos que os aumentos de preços são fundamentais para fornecer gradualmente às operadoras de saúde algum impulso de receita e uma recuperação de rentabilidade muito necessária”.
BTG Pactual, em relatório.
Os dados divulgados nesta quinta-feira (4) pela ANS apontam que os meses de setembro, outubro e novembro de 2023 tiveram aumento médio de 16,1%, 16,4% e 16,5%, respectivamente, nos contratos.
Enquanto a indústria apresentou alta de 15,8% no 3º trimestre, as operadoras subiram os preços em 16,5%, em média, no período. No acumulado de janeiro a novembro de 2023, as operadoras aplicaram reajuste médio de 14,9%, enquanto em igual período de 2022, o reajuste foi de 12,7%, e 2021, 7,4%.
Bradesco, SulAmerica e Amil
As operadoras Bradesco, SulAmerica e Amil voltaram a superar os pares, segundo Samuel Alves e Yan Cesquim, aplicando aumentos de 26,2%, 26% e 24,4%, respectivamente.
Já Hapvida e CNU se mantiveram num patamar mais próximo do setor, aponta o banco, ao aplicarem altas de 16,4% e 16,3%, respectivamente.
“Os resultados do terceiro trimestre e os dados da ANS foram uma prova para esta tese, com crescimento sólido e acima da inflação do ticket médio para todos os nomes das operadoras de saúde”, escreveram os analistas do BTG.
A top picks do setor para o banco são Hapvida (HAPV3), OncoClínicas (ONCO3) e Rede D’Or (RDOR3).
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