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Finanças

Pânico nos mercados? Momento é de cautela para o investidor, dizem analistas

Mesmo com a expectativa de que o Ibovespa tenha um dia turbulento, especialistas dizem que momento é de respirar fundo e observar o comportamento do mercado.

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Crédito: Shutterstock

O mercado previu uma forte queda da bolsa brasileira em sua abertura às 13h desta Quarta-Feira de Cinzas, em resposta ao tombo nos mercados internacionais desde o começo da semana. Enquanto os mercados no Brasil ficaram fechados no Carnaval, o resto do mundo reagiu com pessimismo à disseminação do coronavírus para várias países. Mas há motivo para pânico?

LEIA MAIS: Avanço do coronavírus derruba mercados no mundo todo; entenda

Segundo analistas ouvidos pelo InvestNews, mesmo com a expectativa de que o Ibovespa tenha um dia turbulento, o momento é de respirar fundo e manter a cautela diante da forte oscilação. “Hoje a tendência deve ser muito mais de observar e entender o comportamento dos mercados do que reagir”, afirma  o estrategista-chefe da Eleven Financial, Adeodatto Netto.

Por ser muito difícil prever a dimensão dos efeitos do coronavírus, fica mais difícil ainda precificar os ativos diante dessa incerteza, acrescenta Netto.

A correção da bolsa brasileira é esperada, principalmente, devido à forte baixa das ADRs (recibos de ações brasileiras negociados em Nova York) desde segunda-feira (24). O papel da Petrobras acumulou perdas de quase 9% nos últimos dois dias, enquanto a Vale cedeu em torno de 10%. Lá fora, os grandes bancos também sofreram perdas importantes, embora menores.

Analistas chegaram a projetar que o Ibovespa caia até 5% e não descartaram, inclusive, o circuit breaker. O mecanismo interrompe as negociações da bolsa para impedir oscilações muito bruscas no mercado de ações.

Esta ferramenta serve para amortecer e rebalancear as ordens de compra e venda dos investidores e proteger o mercado de uma volatilidade maior. O circuit breaker foi acionado por 17 vezes na história da bolsa no Brasil.

Incertezas à vista

De acordo com Netto, o fato de o grande choque ter acontecido na segunda-feira deu um pouco de tempo para entender o tamanho da encrenca nos mercados por aqui. Mais importante do que acertar o tamanho da possível queda da bolsa brasileira hoje, diz Netto, é entender o que isso significa para os preços dos ativos daqui para frente.

Na visão do economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, é natural que a bolsa brasileira reaja com uma correção hoje, mas é “exagero” reagir com pânico. “Alguma correção tem que acontecer, porque as ADRs (recibos de ações brasileiras em Nova York) tiveram forte queda, mas o tamanho dessa correção vai depender do que continuar acontecendo nos mercados lá fora”, diz.

Vieira avalia que é cedo para o investidor tirar conclusões sobre a dimensão dos efeitos da epidemia nos mercados, mesmo com as projeções negativas em torno do crescimento mundial. “O investidor precisa ficar atento, mas não há um indicativo de até onde o problema deve ir”, diz”.

Janela de oportunidade?

O analista de investimentos da Easynvest, José Falcão de Castro, diz que crises como a que vemos agora acontecem sempre por diferentes motivos, e o investidor de renda variável deve criar uma maturidade para lidar com situações do tipo.

“Quem não estiver muito exposto a renda variável deve manter a cautela e aguardar até os efeitos do coronavírus terem uma definição melhor”, recomenda. Para o investidor com visão de longo prazo, ele recomenda enxergar o momento como uma possível oportunidade para comprar ativos mais baratos.

Forte baixa nos índices globais

O fundo de índice (ETF) que acompanha o desempenho do Ibovespa em dólares (iShares MSCI Brasil) sofreu forte desvalorização, acumulando perda de mais de 6% desde segunda-feira. Com uma possível valorização do dólar frente ao real, esta queda pode ser ainda maior.

MSCI World, índice global que reúne ações de 1,6 mil empresas no mundo, perdeu desde quinta-feira passada 3 trilhões de dólares. O chamado “índice do medo”, o VIX, avançou 11,3% na terça. Ele é um termômetro que mede o risco de volatilidade das bolsas nos Estados Unidos.

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