Em evento realizado nesta terça-feira pela (Associação Nacional das Corretoras de Valores), Luiz Fernando Figueiredo, sócio fundador da Mauá Investimentos e ex-diretor do Banco Central, afirmou que o mundo está “atrasado” na regulamentação dos criptoativos.
Durante o painel “Atividade de Intermediação nos Próximos Anos”, Figueiredo mencionou que enquanto há 10 anos o Banco Central precisava regular cinco ou seis grandes instituições, o cenário mudou de maneira relevante nos últimos anos.
“O mundo da tokenização está aí. Como regula isso? Não é como a gente regulou, cada um dos agentes tem que se reinventar. E não é um grupo pequeno (de investidores), o acesso das pessoas em geral a essas novidades fazem com que (os criptoativos) se tornam relevantes muito rapidamente e, portanto, têm que ser olhados com mais cuidado. E acho que estamos atrasados”.
Embora, em sua avaliação, as moedas digitais ainda não trazem um risco sistêmico, o ex-presidente do Banco Central afirmou que os agentes do mercado precisam atuar para levar informações sobre a modalidade aos seus investidores.
“Tem um lado que é o de educação, o cuidado que você tem com aqueles que têm pouco conhecimento ou tiveram pouco contato com criptoativos, mas que começarem a negociar e acabam sofrendo por conta disso”.
Figueiredo mencionou que embora ganhar e perder faça parte do processo de investimento em ativos de risco, hoje há muitos investidores que negociam as moedas digitais com baixíssimo conhecimento.
“Então, nesse sentido, corretoras, grandes escritórios de agentes autônomos, grandes plataformas e grandes bancos, têm que fazer um trabalho de educar os seus clientes sobre esses ativos, por mais que os clientes negociem pouco (os criptoativos) em suas plataformas. No final, estamos defendendo os interesses dos nossos clientes, cuidando dele”.
Valdir Pereira, sócio da JL Rodrigues & Associados e professor do Insper, que também participou do painel mencionou que enxerga diversos desafios para as criptomoedas e que elas já são uma realidade irreversível.
“Os nossos clientes investidores, de fato, investem em cripto. É algo que a gente vai ter que enfrentar, seja para criar novos produtos ou para ser competitivo. Onde está o grande desafio? Pensar o que preciso proteger e como fazer, já que essa estrutura do mercado de cripto é diferente da estrutura do mercado tradicional”, disse.
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