A Petrobras (PETR3, PETR4) reduzirá o preço médio do gás natural vendido a distribuidoras em 7,1% a partir de 1 de agosto, ante o período de maio a julho, somando uma queda acumulada do insumo de 25% neste ano, informou a companhia nesta quarta-feira (19).
O anúncio, feito durante café da manhã da diretoria da Petrobras com jornalistas, ocorre em meio a pressões do governo federal, sobretudo do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para que a estatal amplie oferta, o que permitiria uma queda dos preços do insumo no país.
No corte anunciado mais cedo, a Petrobras mencionou que o preço da molécula de gás foi influenciado, no trimestre, por uma queda de 3,8% do petróleo e uma apreciação de 4,8% do câmbio.
Durante o encontro desta manhã, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que Silveira tem “direito de fazer cobranças” sobre o gás e outros temas, mas reforçou que a companhia está “fazendo seu trabalho corretamente”.
A diretoria também voltou a dizer que a reinjeção do gás nos poços produtores de petróleo é um processo necessário, rebatendo as acusações do ministro de que a companhia estaria “negligenciando” gás ao Brasil devido aos elevados níveis de reinjeção.
A Petrobras anunciou recentemente a assinatura de contratos bilionários de fornecimento de gás às distribuidora Comgás, SCGás e Copergás. Fontes relataram à Reuters que há outros acordos em negociação, que visam aproveitar a oferta crescente de gás nos próximos anos com a entrada em operação de projetos a partir de 2024 e 2028.
Nova política de dividendos
Ainda no café da manhã, diretores comentaram sobre avanços na formulação de uma nova política de dividendos pela Petrobras.
Segundo diretor financeiro, Sergio Caetano Leite, os estudos que vão basear as novas regras devem ser concluídos até o fim do mês. A expectativa é que a Petrobras delibere sobre os dividendos do segundo trimestre já com base na nova política.
O tema vem sendo acompanhado de perto pelo mercado, após a Petrobras ter pago dividendos abundantes no ano passado, superando até os maiores produtores internacionais de petróleo.
Em entrevista à Reuters nesta semana, Prates disse que as próximas distribuições da companhia deverão ser “mais ajustadas” a uma realidade em que a Petrobras “projeta e investe para o futuro”.
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