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Finanças

Por que a Natura deu adeus à Nyse?

Movimento vem na sequência das vendas de marcas adquiridas nos últimos anos.

A fim de simplificar suas operações, a Natura & Co (NTCO3) decidiu abandonar a listagem na bolsa de Nova York (Nyse). O movimento vem na sequência das vendas de marcas adquiridas nos últimos anos, como “Aesop” e “The Body Shop”. O objetivo é manter o foco em negócios mais lucrativos da holding de cuidados e beleza.

Na véspera, a companhia divulgou fato relevante apontando que seu conselho de administração aprovou a deslistagem das American Depositary Shares (ADSs), representadas por American Depositary Receipts (ADRs), cada uma representando duas ações ordinárias, sem valor nominal.

A operação é realizada quatro anos depois da emissão das ADSs na NYSE – período posterior à compra da Avon.

A holding considera agora que manter uma listagem secundária na NYSE não é mais atrativo, levando em conta que as negociações de seus papéis estão concentradas majoritariamente nas ações ordinárias listadas na bolsa brasileira (B3). Por isso, o movimento “está em linha com a estratégia de longo prazo da companhia de simplificar suas operações”, explicou a varejista em documento.

Ainda assim, a negociação dos papeis em solo americano deverá ser mantida até 9 de fevereiro, devido às regras do Form 25 perante a Securities and Exchange
Commission (SEC) que prevê um prazo de 10 dias para acontecer após a companhia dar entrada no pedido de deslistagem.

A Natura afirma ainda que não fez qualquer pedido de listagem em outra bolsa de valores e que se reserva o direito, por qualquer motivo, “de postergar esses arquivamentos ou retirá-los antes de sua eficácia e de modificar seus planos a esse respeito”.

A companhia vai continuar a divulgar suas obrigações periódicas, informações financeiras anuais e intermediárias e comunicações em sua página na internet de relações com os investidores.

Vendas de marcas adquiridas

Em agosto de 2023, a companhia concretizou a venda da marca de luxo australiana Aesop para a francesa L’Óreal por US$ 2,586 bilhões, o que incluía o acesso aos 400 pontos de venda espalhados na Austrália, Ásia, Américas, Europa e Nova Zelândia. O negócio foi feito 10 anos após a Natura adquirir a marca.

Já a The Body Shop, adquirida em 2017, está em conversas finais para acertar a compra de parte da empresa de private equity europeia Aurelius Group. A expectativa é que o acordo seja realizado por um montante menor do que quando a Natura comprou a marca antes detida pela L’Óreal.

Segundo a britânica Sky News, a venda deverá ser concretizada entre 400 milhões a 500 milhões de libras esterlinas (US$ 485 milhões a US$ 605 milhões) – abaixo dos US$ 900 milhões desembolsados sete anos antes.

Em julho de 2021, as ações NTCO3 atingiram sua máxima ao bater R$ 60, despencando para abaixo de R$ 10 em dezembro de 2022. Os maus resultados e alavancagem financeira, inclusive para essas aquisições, impulsionaram o mau desempenho, segundo analistas e agentes do mercado.

Se antecipando a isso, em 2020, a Natura chegou a fazer dois aumentos de capital no montante de R$ 8 bilhões, a fim de fortalecer seu caixa e reduzir a dívida em dólares.

Agora, ao que parece, o cenário está de certa forma mais estável, com os papeis da companhia negociados no acumulado de 2024 em leve alta de 0,06%, a R$ 16,70 no pregão de 17 de janeiro.

Uma das últimas tacadas da empresa foi feita no segundo trimestre de 2023, ao integrar as marcas Natura-Avon nos mercados latino-americanos.

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