*ARTIGO
A gigante da tecnologia Meta fez um grande anúncio ao lançar o Threads, rede social focada em textos para competir com o Twitter (TWTR34). No entanto, essa iniciativa tem levantado preocupações significativas entre os mais antenados.
Embora a Meta tenha afirmado que deseja oferecer uma rede social “gerida de forma sensata com funcionalidades semelhantes ao Twitter”, o aplicativo faz coleta excessiva de dados dos usuários.
Por exemplo, enquanto o Twitter já é alvo de críticas por ‘violar’ a privacidade dos usuários, o Threads parece ir além. Neste caso, a nova rede social do Mark Zuckerberg exige informações pessoais extras, como endereço físico de fácil rastreio, dados de aplicativos de saúde e exercícios físicos, entre outros.
Essa polêmica de ‘hackeamento de privacidade’ do Threads foi tão grande que a Meta precisou atrasar o lançamento do app nos países que compõem a União Europeia, bloco econômico conhecido por ser mais rigoroso nos termos das Leis de Proteção de Dados dos usuários.
Essas preocupações colocam em destaque a importância da web descentralizada que prioriza a segurança e o controle dos dados pessoais: neste caso, o que se conhece por Web 3.0.
Threads e seus perigos
A extensa quantidade de informações solicitadas pelo Threads pode ser usada pela Meta de modo que afete diretamente as pessoas que usam o app, manipulando e deixando-os vulneráveis a influências indesejadas no dia a dia.
Por exemplo, em um cenário em que os dados de saúde de um usuário são compartilhados sem consentimento do mesmo com empresas farmacêuticas ou seguradoras, pode gerar diversas discriminações, incluindo aumento do preço de determinados produtos e serviços.
Indo mais além, as informações coletadas pelo Threads também podem ser utilizadas para criar perfis detalhados dos usuários, permitindo a segmentação de anúncios direcionados ou até mesmo a manipulação de opiniões e comportamentos sobre diversos assuntos do cotidiano.
Então, apesar de soar excessivamente assustador, é preciso considerar que o Threads é o oposto do que as criptomoedas e a Web3 representam: liberdade, autonomia e transparência.
A relevância da Web3
Impulsionada pela tecnologia blockchain, a descentralização da Web3 permite aos usuários total controle sobre suas informações pessoais.
Conhecida como uma nova fase da internet, a Web3 vem com a proposta de descentralizar a internet. Dado sua característica, não há coleta de dados por big techs como a Meta ou por qualquer outra autoridade central.
Nesse contexto, as redes sociais descentralizadas criadas na Web3 ganham destaque como uma alternativa mais favorável à privacidade, já que ao dar autonomia aos usuários, operam em um meio transparente e resistente à censura.
A adoção ainda é tímida, mas o avanço contínuo dessas plataformas indicam uma mudança nas preferências do usuário influenciadas pelas crescentes preocupações com a privacidade.
Por fim, para quem preza por manter sua própria segurança tal como é a proposta da Web3, vale a pena ser racional em meio a tanta empolgação com o rival do Twitter. Afinal, ser usuário do Threads significa ter a privacidade — ainda mais — “hackeada”.
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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