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Real digital, que agora se chama Drex, será diferente do Pix; entenda

O custo das operações é apenas uma das diferenças entre os sistemas financeiros.

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*ARTIGO

O Banco Central brasileiro tem avançado em direção à criação de sua própria moeda digital, o antigo ‘Real Digital’, que foi (re)nomeado de Drex nesta segunda-feira (7). O nome junta e representa uma série de elementos da inovação tecnológica:

  • D” – representa o formato digital;
  • R” – representa a moeda brasileira, o real (R$);
  • E” – representa o sistema eletrônico do qual o Drex funciona;
  • X” – representa a modernidade, a inovação
BC batiza Real Digital de Drex (Imagem: Divulgação/Banco Central)

Tal como o PIX, o Drex tem expectativa de modernizar e aprimorar o sistema financeiro brasileiro. No entanto, apesar de objetivos semelhantes, eles apresentam diferenças fundamentais que merecem atenção.

O PIX, lançado em 2020, trouxe agilidade e praticidade às transferências bancárias. A ideia é “substituir o dinheiro físico”. Com a capacidade de realizar transações em segundos, a qualquer hora a custo zero, ele tem se tornado cada vez mais popular. Segundo dados do Banco Central, o PIX atingiu novo recorde na última sexta-feira (4), quando foram registradas 142,4 milhões de transações em um único dia.

Por outro lado, de acordo com Fábio Araújo, coordenador da iniciativa do real digital pelo BC, o Drex é, essencialmente, uma versão digital do real. Ele facilitará as transações financeiras, transferências e pagamentos “institucionais”, mas suas operações não são gratuitas.

“Esperamos que o real digital permita que os produtos que hoje já são oferecidos sejam ofertados em maior variedade e direto na necessidade da pessoa, conversando com Open Finance para acessar outros serviços e a custos mais baratos. A pessoa abre o app e pode escolher a melhor poupança e opções mais adequadas do que as que temos hoje em dia”

Fábio Araújo, coordenador da iniciativa do real digital pelo BC

Não menos importante, enquanto o PIX permite transações através de chaves vinculadas a números de telefone, CPFs ou e-mails, o Drex utilizará (e dependerá) de uma carteira digital (wallet).

Então, apesar de “primas”, as duas soluções são diferentes: o PIX é voltado para os serviços de pagamento, como transferências do dia a dia, enquanto o Drex será usado em serviços financeiros, tal como empréstimos, seguros e investimentos financeiros.

Entenda melhor o ‘Drex’

O Drex representa a moeda nacional em uma plataforma baseada em tecnologia blockchain — ou seja, um real 100% disponível em uma plataforma digital. Sendo assim, ele será usado em carteiras digitais chanceladas pela autoridade monetária para pagamentos. Também poderá ser trocado por papel-moeda e vice-versa. 

O blockchain é uma tecnologia que surgiu com as criptomoedas, mas é importante destacar que o Drex não é uma criptomoeda: as criptomoedas são descentralizadas, conferem privacidade e funcionam fora do controle de bancos ou autoridades centrais – o oposto da moeda digital brasileira.

Outro ponto-chave para entender o Drex é que ele usa smart contracts (contratos inteligentes) que, conforme tecnicamente explicado por Araújo, são códigos computacionais que permitem a troca de ativos de forma segura e automatizada.

“A vantagem no ambiente do real digital [é que] a gente tem essa automatização. Você não precisa mais ter um intermediário, um advogado, você tem só um pedaço de código garantindo que os valores tão de acordo com o que foi registrado no contrato.

Fábio Araújo, coordenador da iniciativa do real digital pelo BC

Em termos práticos, os contratos inteligentes utilizados pelo Drex garantirão que, em uma compra e venda de carro, por exemplo, a transação ocorra somente quando as condições acordadas forem atendidas. Isso, por consequência, reduzirá custos e aumentará a segurança das operações quando comparada aos meios atuais.

Além disso, a tokenização de ativos reais, como carros e imóveis, será simplificada, tornando as transações mais eficientes e acessíveis.

Lançamento será em breve, mas nem tudo que reluz é ouro

Atualmente, o Drex está na segunda fase de seu projeto de desenvolvimento, com o teste de um piloto da CBDC (moeda digital de banco central, na sigla em inglês) aplicada em um caso de uso prático. A previsão é que essa fase termine no primeiro trimestre de 2024, mas desde já, é imperativo manter um olhar atento sobre os detalhes do seu funcionamento.

Apesar de Araújo ter ressaltado a segurança do sistema, a divulgação recente do projeto piloto do real digital no GitHub revelou funções controversas, incluindo a capacidade do Banco Central de congelar contas, ajustar saldos e confiscar moeda digital.

A implementação de tais funcionalidades levanta questões sobre privacidade, liberdade financeira e até mesmo a possibilidade de interferência estatal nas atividades financeiras das pessoas.

O Drex, ao abrir portas para inovações e transações seguras, também traz à tona desafios que não podem ser ignorados. 

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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