Só fundos de hedge e renda fixa ganham da inflação nos últimos 12 meses

Somente aplicações em renda fixa e fundos de hedge tiveram rentabilidade acima da inflação nos últimos 12 meses terminados em fevereiro de 2023. O maior destaque positivo foi o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) no período, segundo levantamento feito pelo TradeMap.

No acumulado em 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 5,6%. Acima disso, o CDI teve a maior rentabilidade entre as aplicações, com 13,01%, em meio à manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano. O CDI é utilizado como parâmetro para a rentabilidade de investimentos em renda fixa, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Depois do CDI, a maior rentabilidade no período foi do IHFA, uma referência para a indústria de hedge funds. No Brasil, esses produtos se assemelham aos fundos multimercado de gestão ativa, com aplicações em diversos segmentos do mercado e várias estratégias de investimento.

Na sequência, o IMA Geral, que acompanha o retorno dos títulos públicos, como os papéis do Tesouro Direto, teve retorno positivo de 10,51%.

Rendimento da poupança

Já a poupança rendeu 8,18% em 12 meses, o que significa um rendimento real (ou seja, descontada a inflação) de 2,45%. Foi o melhor ganho de poder aquisitivo em 12 meses desde maio de 2018, ainda segundo dados do TradeMap.

O ganho vem depois de vários meses de perda de poder aquisitivo consecutivos, de setembro de 2020 até agosto de 2022. No mês de setembro de 2022 a curva inverteu e nos últimos 6 meses a poupança passou a render, em janelas de 12 meses, mais que a inflação medida pelo IPCA.

Perdas reais

Todos os outros investimentos monitorados pelo TradeMap tiveram ganho abaixo da inflação (ou seja, com perdas ao investidor em termos reais) ou até mesmo rentabilidade negativa. 

O Idiv, que mede o desempenho das ações que são consideradas boas pagadoras de dividendos, rendeu menos que a inflação, assim como o dólar e o Ifix, que acompanha os fundos imobiliários. Os retornos foram de 5,04%, 2,45% e 1,33%, respectivamente.

Já os investimentos com rentabilidade negativa foram ouro, euro, Ibovespa, BDRX (que mede o desempenho dos BDRs) e o índice de small caps na bolsa de valores.