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Finanças

Taxas dos DIs caem em sintonia com exterior após dados de inflação nos EUA

Ativos também passaram por ajustes de baixa, em especial na ponta longa.

Dinheiro Crédito: Agência Brasil

Após duas sessões em alta, as taxas dos contratos futuros de juros fecharam a quarta-feira (10) em baixa, reagindo à queda dos rendimentos dos Treasuries, na esteira dos dados de inflação dos Estados Unidos, e a uma percepção mais positiva sobre a área fiscal brasileira.

Na segunda e na terça-feira, os juros futuros sustentaram altas em meio a uma avaliação negativa da indicação do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, para a diretoria de Política Monetária do Banco Central.

Por trás do movimento estava a avaliação de que Galípolo, ligado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, poderia trabalhar no BC pela queda da taxa básica Selic, hoje em 13,75% ao ano, ainda que as expectativas de inflação possam sugerir maior cautela.

Nesta quarta-feira, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) passaram por ajustes de baixa, em especial na ponta longa, onde os estrangeiros concentram operações, refletindo a queda dos rendimentos dos Treasuries.

Pela manhã, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que seu índice de preços ao consumidor subiu 0,4% em abril, após alta de 0,1% em março. O percentual ficou em linha com a projeção de 0,4% dos economistas ouvidos pela Reuters. Embora os núcleos de inflação sigam fortes, a inflação de abril em linha com o esperado alimentou apostas de que o Federal Reserve manterá sua taxa básica na faixa de 5,00% a 5,25% em sua próxima decisão de política monetária.

“Aumentou a probabilidade de que o Fed tenha chegado à taxa nominal final e que possa diminuir a taxa de juros ainda este ano. Diante deste cenário, as taxas dos Treasuries caem, assim como as dos DIs no Brasil”, comentou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.

Izac chama ainda atenção para o fato de, após dois dias, a indicação de Galípolo estar sendo mais bem digerida pelo mercado.

“No primeiro momento, a reação foi negativa, porque o mercado interpretou a indicação como uma forma de o governo influenciar o BC. A ponta curta da curva fechou e a longa subiu”, disse Izac, em referência aos movimentos vistos em dias anteriores.

“Mas na terça-feira Galípolo trouxe um discurso mais amplo e disse que ele e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, trabalharão em conjunto. Isso ajudou a abrandar os ânimos.”

A perspectiva de andamento no Congresso do projeto do novo arcabouço fiscal também contribuía, na visão de dois profissionais ouvidos pela Reuters, para o viés de baixa dos juros futuros nesta quarta-feira.

Além disso, declarações durante evento na terça-feira em Nova York do presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira (PP-AL), em defesa da reforma administrativa foram bem recebidas.

Neste cenário, no fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,74%, ante 11,767% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2026 estava em 11,37%, ante 11,448% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,5%, ante 11,61%.

Perto do fechamento, a curva a termo precificava 28% de chances de o Banco Central reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual no encontro de política monetária de junho e 72% de probabilidade de ele manter a taxa em 13,75% ao ano.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries seguiam em baixa nesta tarde.

Às 16:41 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 7,00 pontos-base, a 3,4521%.

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