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Finanças

Tensão entre China e EUA puxa queda de 1,13% no Ibovespa; dólar sobe

Após sete pregões seguidos, moeda americana teve primeira valorização e chegou a R$ 5,386

bolsa

Após vários dias de alta, o Ibovespa, principal índice da B3, voltou a cair 1,13% aos 86.949 pontos. A Bolsa de valores sentiu os impactos da tensão entre China e EUA, após Donald Trump afirmar que vai se posicionar sobre a China nesta sexta-feira (29).

O clima já era de estresse com Hong Kong e a aprovação de uma lei de segurança nacional, mas desta vez a China elevou a tensão com os EUA. A briga política afetou também as bolsas americanas, que estavam em alta mas viraram para queda. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,58%, enquanto o índice S&P 500 caiu 0,21%.

No Brasil, a crise política também está no ar, com a briga entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) na investigação contra as fake news. O Ibovespa acumulava altas desde o dia 19 de maio, quando foi de 80 mil para 87 mil pontos, e nesta quinta-feira (28), voltou a cair.

Já o dólar teve o movimento oposto e fechou em alta após 7 pregões. A moeda americana subiu 1,95%, cotada a R$ 5,386. Na máxima do dia, o dólar comercial chegou a R$ 5,384.

Entre as ações mais negociadas do dia caíram: as preferenciais da Petrobras (PETR4), que recuaram 0,80%. Apesar da recuperação no preço do petróleo no mercado internacional foi impossível reverter a queda das ações.

Caíram também as ações da Vale (VALE3) e da Magazine Luiza (MGLU3), com baixa de 1,09% e 3,13%, respectivamente. O Bradesco (BBDC4) recuou 2,25%. O setor dos bancos influenciou na queda do Ibovespa, com ações no negativo.

Entre as cinco mais negociadas subiu somente a Via Varejo (VVAR3), que seguindo o ritmo de forte alta das últimas semanas, avançou 3,28%.

Destaques da Bolsa

O destaque positivo do dia foi da IRB Brasil (IRBR3), que fechou em alta de 5,58%, cotada a R$ 8,13. A companhia que atravessa por graves problemas de governança chegou a subir mais de 9% nesta quinta-feira, após comunicar a proposta de eleição de Ellen Gracie, ex-ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) para o conselho da empresa.

A IRB Brasil também anunciou mudanças no estatuto, e deve mudar o número de conselheiros, que atualmente são oito cadeiras fixas, mas deve passar a ter entre sete e nove conselheiros.

Subiram também entre as maiores altas do dia: as ações da Usiminas (USIM5) e da Braskem (BRKM5), 5,25% e 5,07%, respectivamente.

Reagindo negativamente à retomada gradual da economia em alguns estados brasileiros, entre as maiores quedas do dia estavam: as ações do Iguatemi (IGTA3) e Multiplan (MULT3), empresas focadas no setor de shoppings, que recuaram 6,40% e 5,50%, respectivamente. Caiu também o setor educação, com a Yduqs (YDUQ3), que perdeu 5,28%.

Clima político

Após a operação desta quarta-feira da Polícia Federal determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news no STF, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez ameaças e falou em “momento de ruptura”. “(…)Não é mais uma opção de se, mas, sim, de quando isso vai ocorrer”, disse o deputado em uma transmissão ao vivo do blog Terça Livre, de Allan dos Santos, um dos alvos da operação da PF. “Quando chegar ao ponto em que o presidente não tiver mais saída e for necessária uma medida enérgica, ele é que será taxado como ditador”, ameaçou o filho de Jair Bolsonaro.

Já o presidente disse que “algo de muito grave está acontecendo com nossa democracia”, sem citar a operação. Ontem, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao ministro Edson Fachin, do STF, a suspensão do inquérito das fake news.

Bolsonaro também esquentou a crise ao declarar que “ontem foi o último dia” e não deve admitir mais que “atitudes de certas pessoas, tomem de forma que quase pessoal certas ações”. Ainda no decorrer do dia, Bolsonaro aprovou o pacote de auxílio a estados e municípios e como esperado por muitos investidores vetou o reajuste salarial de servidores públicos.

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,6% no trimestre encerrado em abril, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE. Em igual período de 2019, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,5%. No trimestre até março de 2020, a taxa de desocupação estava em 12,2%.

PIB dos EUA

Os investidores estão de olho nos números da maior economia do mundo para ter um parâmetro dos efeitos causados pela crise do coronavírus. Nesta quinta-feira foi dia de ter uma ideia do estrago no PIB.

O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre dos EUA apresentou recuo de 5,0%, ficando mais pouco intenso que o declínio de 4,8% esperado por analistas. Os pedidos de auxílio-desemprego caíram 323 mil na semana, a 2,123 milhões, ante previsão 2,05 milhões. Já as encomendas de bens duráveis cederam 17,2% em abril ante março; previsão era de contração de 17%.

Bolsas asiáticas

As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta quinta-feira, com algumas sustentadas pelo gradual processo de reabertura econômica, após o choque do coronavírus, e outras influenciadas pelas crescentes tensões entre EUA e China, que mais recentemente têm girado em torno de Hong Kong.

O índice acionário Nikkei subiu 2,32% em Tóquio hoje, a 21.916,31 pontos, favorecido pelo bom desempenho de ações financeiras e de montadoras. No começo da semana, o governo do Japão removeu o estado de emergência motivado pela covid-19 que ainda vigorava em regiões economicamente mais importantes.

Já os mercados da China continental terminaram o pregão em direções opostas e com variações moderadas. O Xangai Composto avançou 0,33%, a 2.846,22 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,25%, a 1.769,70 pontos.

O Hang Seng caiu 0,72% em Hong Kong nesta quinta, a 23.132,76 pontos, enquanto o Kospi cedeu 0,13% em Seul, a 2.028,54 pontos, após o Banco Central da Coreia do Sul cortar seu juro básico a uma nova mínima histórica, mas também prever contração do Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano em função do coronavírus, e o Taiex registrou baixa de 0,64% em Taiwan, a 10.944,19 pontos.

Tensão EUA e China

Após o encerramento dos negócios chineses, a legislatura do país aprovou uma resolução autorizando seu Comitê Permanente a elaborar uma nova lei de segurança nacional para Hong Kong, assunto que vem deteriorando ainda mais a relação entre EUA e China desde a semana passada. O aval à resolução ocorreu um pouco antes do fim da reunião anual do Congresso Nacional do Povo, que teve início na última sexta-feira (22).

Ontem, o Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse que Hong Kong não dispõe mais de autonomia em relação à China. O Secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, por sua vez, declarou à Fox Business que o presidente Donald Trump estuda possíveis sanções em retaliação à atitude da China.

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