A privatização da Eletrobras (ELET3 e ELET6) completou um ano nesta quarta-feira (14) e os chamados Fundos Mútuos de Privatização (FMP), que permitem investir em ações da companhia com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), acumulam só em 2023 uma queda de 6,63% na rentabilidade, segundo dados do TradeMap, que para os cálculos levou em conta uma taxa de administração de 0,2% ao ano.
Em meio a esse cenário, esses fundos registraram, entre junho do ano passado e este ano, uma perda de quase 42 mil cotistas, de 371.989 para 329.994, e uma redução nos Ativos Sob Gestão (AUM) de R$ 6,6 bilhões para R$ 4,47 bilhões.
O valor médio investido no final de junho de 2022, que era de R$ 17.743, também caiu para R$ 13.568 em 12 de junho deste ano.
Migração para carteira livre
O Trademap apontou que mais de 38 mil cotistas (dos 42 mil) migraram dos Fundos Mútuos de Privatização (FMP) da Eletrobras para os FMP Carteira Livre, que investem em outros tipos de aplicações, como a renda fixa.
Isso porque, em 14 de dezembro de 2022, os investidores passaram a ter a opção de transferir o saldo dos fundos da Eletrobras para fundos de Carteira Livre que, por sua vez, têm registrado retornos mais atrativos.
Se por um lado os fundos da Eletrobras acumulam queda, os fundos de carteira livre registram valorização de 5,61% em 2023 – levando em conta taxa de administração de 1,5% ao ano.
No dia 12 de junho de 2023, os fundos de carteira livre registravam um pouco mais de 38.500 cotistas, com R$ 1,08 bilhão de ativos sob gestão.
Já o valor médio investido, que em dezembro de 2022 era de R$ 31.415, passou para R$ 28.090 no dia 12 de junho de 2023.
“Podemos afirmar que os investidores com um valor médio mais elevado foram aqueles que migraram seus recursos para os fundos de carteira livre, conseguindo proteger melhor seus investimentos, uma vez que esses fundos são compostos por ações da Eletrobras e outros ativos de renda fixa“, disse o TradeMap.
O que é um FMP de carteira livre?
A alocação do fundo de carteira livre não se limita a um único ativo. Segundo informações da XP Investimentos, o gestor constitui uma carteira diversificada de ações com exposição também a renda fixa (caixa), que deve ser de até no máximo 49%.
Na parcela em ações também pode alocar em fundos de índices e até mesmo usar derivativos para montar proteções à carteira.
Para investir nessa modalidade o investidor precisa já ter recursos investidos em FMPs, desde que respeite o prazo mínimo de carência de 6 meses para solicitar a portabilidade.
Veja também
- Eletrobras assina conversão de contratos de termelétricas compradas pela Âmbar
- A rotatividade no topo das empresas brasileiras é alta. Os headhunters tentam mudar isso
- Com dívida “impagável” e o maior furto de energia do país, Amazonas Energia abre o jogo
- Com R$ 18 bilhões de subsídios, empresas mergulham na corrida do hidrogênio verde
- Governo vai antecipar R$ 7,8 bilhões de recebíveis da Eletrobras para tentar baixar a conta de luz