Finanças
Visa e Ripio lançam cartão que dá cashback em bitcoin
O cartão cripto Ripio Card garante cashback de 5% em BTC para qualquer compra, sem restrições, realizada até outubro de 2022.
ARTIGO*
Com o aumento dos holofotes nas criptos observado nos últimos anos, Visa, Mastercard e Elo estão em forte batalha para integrarem o mercado de criptomoedas com os seus cartões usando bitcoin (BTC) e outros novos ativos digitais.
Colocando a ideia em prática, a gigante de pagamentos Visa se uniu a Ripio, plataforma de compra e venda de criptomoedas, para lançar o Ripio Card, um cartão pré-pago internacional com cashback em BTC.
Pode parecer “mais um” entre os vários produtos similares. Porém, possui vantagens de destaque: o Ripio Card pode ser usado por qualquer usuário, entusiasta ou não de criptomoedas.
Segundo o Head Global de Novos Negócios do Grupo Ripio, Henrique Teixeira, o objetivo é ser um cartão tanto para quem já negocia moedas digitais quanto para quem ainda não opera, mas tem interesse em começar, pois o lançamento tem formato inovador de conta em reais e criptomoeda, o que torna a experiência do usuário ainda mais segura e conveniente.
Com mais essa opção chegando à população, fica cada vez mais fácil para qualquer consumidor fazer pagamentos do dia a dia, como o cafezinho da padaria e comprar pão, usando criptos — até mesmo em estabelecimentos que não as aceitam diretamente.
Funcionamento do Ripio card
Lançado exclusivamente no Brasil, o cartão não possui taxa de aquisição nem mensalidade. Para ter acesso a ele basta ser cliente da Ripio e possuir algum saldo, seja em criptos ou reais; portanto, sem necessidade de análise de crédito prévia para obtê-lo.
Além da estratégia de marketing que favorece sua disseminação mais do que concorrentes, como o “Binance card”, lançado pela Mastercard em parceria com a corretora Binance, o Ripio Card conta com dois diferenciais principais:
- permite que o saldo dos clientes esteja tanto em reais quanto em criptos em seu app ou plataforma;
- gera cashback em bitcoin em todos pagamentos, sem precisar se enquadrar em “compra qualificada” para tal. O total é de 5% em BTC, limitado a R$ 250 mensais por usuário, até outubro de 2022.
As recompensas na maior criptomoeda do mundo serão fornecidas pela Ripio em qualquer compra realizada, ou seja, não é preciso fazer aquisição prévia de algum outro ativo digital, nem mesmo stablecoin, como USD Coin (USDC) e Tether (USDT).
Na parceria, a plataforma Ripio é encarregada da conversão entre criptomoedas e moedas fiduciárias, como o real, enquanto a Visa é responsável pelo processamento dos pagamentos com as moedas digitais.
Adoção de criptomoedas é inevitável
Ripio Card é um dentre os vários exemplos dos esforços da construção de uma nova economia digital entre as maiores empresas globais, que têm como um dos objetivos interligar a economia tradicional e a digital.
Os portadores do mais novo lançamento da Visa terão uma rede de aceitação com mais de 80 milhões de estabelecimentos comerciais em todo o mundo. Contudo, os pagamentos são apenas um dos primeiros — e mais óbvios — casos de uso de criptomoedas.
Conforme pesquisa realizada no terceiro trimestre de 2021, publicada em janeiro de 2022 pela renomada consultora global GWI, cerca de apenas 10% da população global com acesso à internet possuem criptomoedas. O mercado ainda tem muito espaço para crescer.
Pelo ranking mostrado acima, é possível compreender por que a Visa escolheu o Brasil para lançar o Ripio Card: o país está bem acima da média, com 16,1%, reforçando o interesse dos brasileiros por essa tecnologia e forma de investimento.
Embora fuja do princípio da descentralização monetária, proposta pelo qual o bitcoin foi criado, o lançamento do Ripio Card é um passo significativo para incentivar o uso mais amplo de criptomoedas, bem como sua adoção global.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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