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3 fatos para hoje: BC chinês mantém juros; arcabouço ‘sem dificuldade’

E mais: aperto no crédito bancário pode conter necessidade do Fed subir juros.

1 – BC chinês mantém juros e bolsa de Xangai atinge máxima em 9 meses

O Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) deixou algumas de suas taxas de juros inalteradas nesta segunda-feira, sugerindo que manterá congeladas suas principais taxas de referência nos próximos dias.

O PBoC manteve a taxa de linha de crédito de médio prazo, de um ano, em 2,75%, ao injetar 170 bilhões de yuans (US$ 24,74 bilhões) em liquidez no mercado financeiro. Também deixou intocada a taxa de 2% do acordo de recompra reversa de sete dias, numa injeção de 20 bilhões de yuans.

A decisão indica que o PBoC provavelmente manterá suas taxas para empréstimos de 1 e 5 anos – conhecidas como LPRs – nos níveis atuais por mais um mês.

O anúncio sobre as LPRs está previsto para quarta-feira, 19, pelo horário de Brasília.

A bolsa de Xangai fechou em um pico de nove meses nesta segunda-feira, com os dados de preços de moradias na China em março e sinais de recuperação dos lucros corporativos alimentando o otimismo antes da divulgação de dados econômicos do primeiro trimestre.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 1,4%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,42%, maior salto em dois meses, chegando ao nível mais forte desde 8 de julho. O Índice Hang Seng, de Hong Kong, avançou 1,68%.

Os preços das novas residências na China subiram em março no ritmo mais rápido em 21 meses, mostraram dados oficiais no sábado.

Enquanto isso, mais de 300 empresas listadas na China publicaram ou projetaram resultados para o primeiro trimestre, sendo que 70% delas relataram aumentos de lucro na comparação anual, informou o Securities News oficial.

“O mercado de ações deve ter uma tendência de alta devido à recuperação econômica e às expectativas melhorara das situações de liquidez no exterior”, disse a Guotai Asset Management Co em nota.

2 – Presidente da Câmara vê votação do arcabouço “sem dificuldade”

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que, pelos moldes do novo arcabouço fiscal apresentados pela equipe econômica do governo federal, não haverá dificuldade para a matéria ser aprovada pelo Congresso. Com a chegada do texto na Casa legislativa, esperada para esta segunda-feira, Lira prometeu designar relator rapidamente e em duas ou três semanas, no máximo, votar a proposta no Plenário.

“Pelos moldes que foi desenhado, não achamos nestes assuntos que foram tratados nenhuma dificuldade. A diferença de investimento dentro da margem de crescimento é justa. Você defende um crescimento de 4 (%) com investimento de 0 (%)? Não, você não pode é investir 4 (%), se você cresce 3 (%), se você cresce 2(%). Mas você ter um tamanho designado e acertado nas despesas para investimento é necessário”, avaliou durante entrevista ao Canal Livre da Band. A fala foi gravada na semana passada, mas a íntegra foi divulgada apenas neste domingo, 16.

Presidente da Câmara, Arthur Lira 19/08/2022 REUTERS/Carla Carniel

Lira ponderou, no entanto, que é necessário definir para onde irão os recursos em caso de excesso de arrecadação. Esses detalhes, segundo ele, serão compreendidos apenas com a chegada do texto no Congresso. “Vai para despesas obrigatórias? Vai para investimento puro? Pagamento de dívida? Essas situações, a gente só vai saber quando o texto frio da lei chegar”, afirmou.

Ele se comprometeu a votar rapidamente a proposta na Casa. “Nossa expectativa é que, o texto chegando, designaremos relator rapidamente, e duas, três semanas no máximo estaremos votando em plenário”, disse. Como mostrou o Broadcast Político, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), aliado de Lira, deve ser o relator do projeto de arcabouço fiscal a ser enviado pelo governo na Câmara.

A regra fiscal anunciada pela equipe econômica prevê um crescimento mínimo anual de 0,6% do gasto primário e máximo de 2,5% acima da inflação. Dentro dessa banda definida pelo máximo e mínimo, o gasto primário será fixado como 70% do crescimento da receita do exercício anterior.

Além disso, fixou-se um intervalo de resultado primário para cada um dos anos entre 2023 e 2026. Os centros das metas de resultado primário indicam limite de déficit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, seguido por resultado zero em 2024 e superávits em 2025 (0,5% do PIB) e 2026 (1,0%). Conforme a apresentação, o intervalo de tolerância em todos os anos é de 0,25 ponto porcentual do PIB, para mais ou para menos.

Se o resultado ficar abaixo da banda, a taxa de crescimento da despesa permitida pelo novo arcabouço cai de 70% para 50% do crescimento da receita do exercício anterior.

3 – Aperto no crédito bancário pode conter necessidade do Fed subir juros

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, afirmou que o esperado aperto no crédito pode acelerar o declínio da inflação e, como consequência, reduzir a necessidade de mais altas de juros pelo Federal Reserve (Fed).

Em entrevista à CNN, Yellen afirmou que as recentes turbulências no setor financeiro, após a quebra de instituições regionais, devem tornar os bancos mais cautelosos na concessão de empréstimos. “Já víamos algum aperto nos padrões de crédito no sistema bancário antes desse episódio, e pode haver mais por vir”, ressaltou.

Yellen, no entanto, avalia que a rápida resposta de reguladores acalmou os mercados e diminui as incertezas, em um quadro de bancos bem capitalizados. Por isso, na visão dela, os EUA ainda podem ter um “pouso suave”, isto é, um cenário de controle da inflação sem impactos significativos no crescimento econômico e no emprego.

“Acho que há um caminho para reduzir a inflação, mantendo o que acho que todos nós consideraríamos um mercado de trabalho forte. E as evidências que estou vendo sugerem que estamos nesse caminho”, argumentou.

Com Reuters e Estadão

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