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3 fatos para hoje: moeda única; crise sobre teto da dívida nos EUA e mais

Banco Central vê solução caseira para área de política monetária após saída de Bruno Serra.

O mercado vai continuar monitorando a situação da Americanas (AMER3), já que a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da empresa e solicitou à companhia a entrega de um plano de recuperação no prazo de 60 dias úteis.

Desde que as inconsistências contábeis na casa dos R$ 40 bilhões foram confirmadas, a ação despencou de R$ 12 no dia 11 para menos de R$ 0,90 na mínima do último o pregão (20).

Na semana, agentes do mercado seguirão atentos a eventuais sinalizações do governo sobre o Banco Central e a meta de inflação.

Nesta segunda-feira (23) terá a divulgação do boletim Focus sobre as expectativas para IPCA, Selic, PIB e dólar. No exterior, PIB e PCE nos EUA podem influenciar expectativas sobre Fed.

1 – Lula e Fernández defendem moeda comum sul-americana em artigo conjunto

Um artigo assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto com o presidente argentino, Alberto Fernández, comemora a primeira visita do brasileiro a Buenos Aires desde sua eleição como uma volta da relação estratégica entre os dois países e o foco na integração econômica, inclusive com o desenvolvimento de uma moeda regional para uso comercial.

“Pretendemos superar barreiras às nossas trocas, simplificar e modernizar regras e incentivar o uso de moedas locais. Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda comum sul-americana que possa ser utilizada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo os custos de operação e diminuindo a nossa vulnerabilidade externa”, diz o texto, publicado no site argentino Perfil.

A ideia da moeda comum foi levantada originalmente em artigo escrito no ano passado por Fernando Haddad e Gabriel Galípolo –hoje ministro da Fazenda e secretário-executivo do ministério, respectivamente– e chegou a ser citada por Lula durante a campanha.

A visita a Argentina é a primeira viagem internacional do presidente desde que tomou posse, cumprindo um rito brasileiro de privilegiar o maior parceiro comercial da região, depois de quatro anos de relações estremecidas durante o governo de Jair Bolsonaro.

A ida de Lula à Argentina também vai marcar o retorno do Brasil à Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), grupo que o país abandonou em 2019, por ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro, que rechaçou participar do grupo regional em que estavam Cuba e Venezuela

No texto, os dois presidentes ressaltam a necessidade de uma boa relação entre Argentina e Brasil para alavancar a integração regional.

Em meio à crise que atravessa o Mercosul –que, entre pressões brasileiras para mudanças em tarifas e tentativas do Uruguai de fazer acordos econômicos fora do bloco, passou os últimos quatro anos sem avanço–, os dois presidentes fazem uma defesa enfática do sistema e da necessidade dos acordos fechados em conjunto.

“Juntamente com os nossos sócios, queremos que o Mercosul constitua uma plataforma para a nossa efetiva integração ao mundo, por meio da negociação conjunta de acordos comerciais equilibrados e que atendam aos nossos objetivos estratégicos de desenvolvimento”, escrevem os presidentes.

Recentemente o Uruguai anunciou a intenção de negociar um acordo comercial independente com a China e com a Aliança do Pacífico (bloco formado por Chile, Colômbia, México e Peru), o que é contra as regras do Mercosul. A iniciativa abriu uma crise direta entre os governos argentino e uruguaio, que Lula pretende ajudar a abater.

O governo brasileiro também não vê com bons olhos a iniciativa uruguaia, mas pretende negociar. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada também neste domingo, o chanceler Mauro Vieira deixa claro que um acordo independente do Uruguai “destruiria” o bloco, mas destaca que é possível negociar.

“Se você negociar fora, destrói a tarifa (externa comum, TEC). Temos que examinar, porque o Mercosul não é o mesmo da época da [sua] criação. Temos que ver as necessidades de cada um e as assimetrias que existem. Ver o que se pode fazer em termos de algum tipo de concessão”, destacou.

2 – Democratas e republicanos preparam plano para evitar crise do teto da dívida

Um grupo de parlamentares bipartidário dos Estados Unidos está preparando um plano para neutralizar uma crise iminente sobre o teto da dívida do país, alterando-a de um valor fixo em dólares para uma porcentagem do Produto Interno Bruto, disse o principal republicano do grupo neste domingo.

A proposta substituiria o teto da dívida federal de Washington –atualmente fixado em US$ 31,4 trilhões — por uma regra que limitaria a dívida a uma parcela do PIB, disse o deputado Brian Fitzpatrick, copresidente republicano da bancada moderada Problem Solvers Caucus.

Em entrevista à Fox News no domingo, junto ao co-presidente Democrata dos Problem Solvers, Josh Gottheimer, Fitzpatrick disse que o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano Kevin McCarthy, assumirá a liderança nas negociações com a Casa Branca sobre o teto da dívida. Mas ele e Gottheimer estavam “colocando carne” no esqueleto de sua proposta para ajudar a evitar uma crise.

“Vamos apenas oferecer… uma possível solução para construir pontes”, disse Fitzpatrick.

Na quinta-feira, o governo dos EUA chegou perto de seu limite legal de empréstimos. O Departamento do Tesouro alertou que suas medidas extraordinárias de gestão de caixa só poderiam permitir que o governo pagasse todas as suas contas até o início de junho, momento em que o país poderia correr o risco de não cumprir suas obrigações, inclusive sobre seus títulos de dívida.

3 – BC vê solução caseira para área de política monetária

Diante das dificuldades enfrentadas pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para encontrar no mercado um nome que substitua Bruno Serra na Diretoria de Política Monetária da autarquia, uma “solução caseira” que tem sido considerada é o chefe do Departamento das Reservas Internacionais, Alan Mendes, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Já na Diretoria de Fiscalização, Paulo Souza deve ser reconduzido ao cargo, após cogitar não renovar o mandato por problemas de saúde.

Os mandatos de Serra e Souza se encerram em 28 de fevereiro. Pela lei de autonomia do BC, há possibilidade de renovação, mas o diretor de Política Monetária já sinalizou que não deve usar essa opção.

Para sua cadeira, alguns executivos de mercado foram sondados e demonstraram preocupações com a política fiscal e com a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criticar a autonomia da instituição e o patamar da taxa de juros no País.

Entre os nomes de mercado, o do economista Sandro Mazerino Sobral, atualmente diretor do Santander, é apontado como um dos cotados para o posto.

O economista-chefe do UBS BB, Alexandre Ázara, também figura como um dos candidatos para a cadeira na Política Monetária. Mas, segundo pessoas que acompanham as discussões, ainda não houve convites.

Mendes, por sua vez, é respeitado entre os pares do BC no mercado e entende o funcionamento da Diretoria de Política Monetária e os desafios do cargo.

‘Nova cara’

Segundo interlocutores, a ideia é que o presidente do BC e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversem sobre a indicação. Campos Neto defende que a escolha seja em consenso, mas o governo quer um nome novo que possa começar a mudar a “cara” do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da taxa básica de juros.

Já Souza, com a saúde restabelecida, deve ficar mais quatro anos no posto e não precisará ser sabatinado pelo Congresso. À frente da diretoria, ele liderou as mudanças no processo de supervisão e fiscalização, com o Comitê de Decisão de Processo Administrativo Sancionador (Copas) e a criação dos termos de compromisso.

A diretoria de Fiscalização é historicamente ocupada por servidores de carreira, e o nome de Souza não deve sofrer resistências no Ministério da Fazenda.

Com informações da Reuters e agência Estado.

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