O coordenador da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva será Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito, informou nesta segunda-feira a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
A própria Gleisi e o coordenador do programa de governo, Aloizio Mercadante, também atuarão na comissão de transição, e os demais nomes da equipe serão definidos ao longo da semana.
Segundo uma fonte ouvida pela Reuters, enquanto Alckmin será o coordenador-geral, Gleisi ficará com as articulações políticas e Mercadante com o levantamento técnico programático.
Dentro da legislação federal que trata do processo de transição, o governo federal irá ceder ao novo governo 50 vagas de cargos em comissão, mais a de um coordenador, além do espaço no Centro Cultural Banco do Brasil e 3,5 milhões em recursos para operacionalização.
Uma segunda fonte disse ainda que, além desses cargos, que deverão ser preenchidos por técnicos e políticos indicados pelos partidos para preparar o novo governo, o PT pretende requisitar servidores federais que possam passar as informações necessárias.
Nomes
Há cerca de três meses o PT vem fazendo um monitoramento e recolhendo nomes de quem seriam essas pessoas que se disporiam a colaborar com o novo governo. Foi uma tentativa de garantir acesso a informações, já que não há segurança do grau de colaboração do atual governo.
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, reiterou, em fala a jornalistas, que foi autorizado pelo presidente Jair Bolsonaro a iniciar o processo de transição e deve nomear oficialmente Geraldo Alckmin como coordenador na quinta-feira.
No entanto, o PT não tem segurança de que encontrará colaboração efetiva em todas as áreas.
Gleisi disse também que pretende ter reuniões com representantes do governo Bolsonaro e também do Congresso já esta semana, para começar a ter acesso aos primeiros dados, especialmente na área econômica.
Um primeiro encontro deve ser com Ciro Nogueira, para acertar a nomeação de Alckmin e o estabelecimento do processo de transição.
A presidente do PT, Alckmin e Mercadante irão para Brasília já na quinta-feira para iniciar os primeiros contados.
Entre as reuniões já marcadas está um encontro com o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do Orçamento, e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Orçamento será um dos nossos primeiros focos. Como está e as mudanças que serão necessárias”, disse Gleisi em entrevista coletiva.
A intenção é começar a negociar as mudanças necessárias para garantir o cumprimento de promessas de campanha, como o valor do Auxílio Brasil e o reajuste do salário mínimo.
Até o final da semana, deverão também ser definidos os coordenadores setoriais.
Alckmin convidou Fernando Haddad –candidato do PT derrotado ao governo de São Paulo– para começar a selecionar indicados para a área de educação, o que o ex-prefeito afirmou que começará a fazer nos próximos dias. No entanto, ele mesmo revelou que terá dificuldades de ir para Brasília nos próximos meses, o que dificulta que possa assumir a coordenação da área.
No Twitter, presidente e vice eleitos trocaram afagos sobre o processo de transição.
“Agradeço a confiança do presidente @LulaOficial na missão de coordenar a transição de governo. O trabalho da nossa equipe será norteado pelos princípios de interesse público, colaboração, transparência, planejamento, agilidade e continuidade dos serviços”, tuitou Alckmin.
Já Lula afirmou, também na rede social, ter “certeza que teremos um excelente trabalho nesta transição, coordenado por @geraldoalckmin”.
“Construiremos um governo para todos os brasileiros”, acrescentou o petista.
Veja também
- Na contramão dos EUA, Ibovespa recua após vitória do Trump
- Uruguai rejeita se aposentar mais cedo e afasta reforma da previdência de US$ 22,5 bilhões
- Eleições 2024: Em 12 das 51 cidades do segundo turno houve ‘virada’; veja lista
- Fuad Noman (PSD) é reeleito prefeito de Belo Horizonte
- Eduardo Pimentel (PSD) é eleito prefeito de Curitiba