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Levantamento do Clube FII apontou que dos 111 fundos imobiliários do IFIX, 83 apresentam performance positiva em 2023, levando a um aumento médio de 3,01% – o mesmo percentual registrado pelo IFIX no período. O destaque ficou para os fundos de shoppings e os fundos que investem em outros fundos (Fofs), contabilizando valorização média de até 15,5%.Os dados levam em consideração a cotação no fechamento do pregão da sexta-feira (25).

Pelo menos 16 fundos de fundos e cinco FIIs voltados para shoppings registraram ganhos expressivos.

Já os fundos de recebíveis (CRIs) e do agronegócio tiveram rentabilidade média negativa no período, de pelo menos 2,5%. Veja os destaques abaixo:

Segmento #FIIs Com Valorização Média
Shopping/Varejo 5 5 15,58%
Fundo de Fundos 16 16 15,56%
Logisticos 17 14 5,42%
Lajes Comerciais 11 8 4,21%
Híbrido 11 9 0,46%
Agronegócio 4 1 -2,51%
Recebíveis Imobiliários 44 28 -2,52%
Outros 3 2 -5,08%
IFIX 111 83 3,01%
Levantamento Clube FII – Período: de janeiro a 25 de agosto de 2023

Segundo relatório da XP sobre o comportamento dos FIIs em ciclos de corte da taxa básica de juros, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) e a Selic costumam apresentar movimentos em direções contrárias. Quando o cenário é de juros em alta, os fundos imobiliários tendem a apresentar desempenho menos favorável, e o contrário também acontece.

Nesse caso, mudanças na taxa Selic podem afetar o interesse dos investidores em fundos imobiliários e, portanto, o desempenho do IFIX. E com a redução da taxa em 0,50 ponto percentual para 13,25% ao ano, e a sinalização de mais cortes na ata do Banco Central após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os fundos imobiliários seguem ganhando tração.

FIIs com maiores ganhos no ano

O fundo que registrou o maior ganho no período analisado foi o Tellus Properties (TEPP11), com desempenho de 32,77% no acumulado do ano. Kinea Fundo de Fundos (KFOF11), Bresco Logística (BRCO11), RBR Alpha (RBRF11) e Bradesco Carteira Imobiliária Ativa (BCIA11) – todos fundos de “papel” – acumularam altas de 28,4% a 21,4%.

Fundo Nome Segmento Variação 2023
TEPP11 Tellus Properties Híbrido 32,77%
KFOF11 Kinea Fundo de Fundos Recebíveis Imobiliários 28,49%
BRCO11 Bresco Logística Recebíveis Imobiliários 26,50%
RBRF11 RBR Alpha Multiestratégia Real Estate Recebíveis Imobiliários 24,44%
HGFF11 CSHG Imobiliário FOF Outros 22,46%
RBVA11 Rio Bravo Renda Varejo Lajes Comerciais 21,91%
BCIA11 Bradesco Carteira Imobiliária Ativa Recebíveis Imobiliários 21,43%
HGBS11 Hedge Brasil Shopping Híbrido 20,32%
CPFF11 Capitânia REIT FOF Logisticos 19,04%
JSAF11 JS Ativos Financeiros Agronegócio 17,51%
Levantamento Clube FII – Período: de janeiro a 25 de agosto de 2023

Fundos de papel

Os fundos de papel, que investem em títulos de dívida imobiliária como os Certificados de Recebíveis (CRIs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras Hipotecárias (LHs), tendem a se comportar de forma diretamente proporcional às mudanças na taxa de juros. Isso porque os recebíveis imobiliários indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é uma taxa de juros que acompanha de perto a taxa Selic, em momentos de redução da taxa de juros, este fundos podem ter sua rentabilidade diminuída.

No entanto, segundo analistas, como as expectativas de cortes ainda indicam a taxa de juros até o final de 2024 na casa dos dois dígitos – o que é uma taxa ainda alta – o momento ainda segue favorável para os fundos do tipo.

“Os fundos indexados ao IPCA+ e aos de CDI+ ainda podem apresentar bons retornos para os cotistas, principalmente em ganhos de dividendos”.

MARIA FERNANDA VIOLATTI, EM RELATÓRIO DA XP

Violatti, da XP, aponta que outros fatores podem influenciar a rentabilidade desses fundos, como o prazo e a qualidade de crédito dos títulos que compõem o portfólio, as condições de mercado no momento do investimento e diversificação dos ativos do fundo, uma vez que esse último pode ajudar a reduzir o impacto da queda dos juros na rentabilidade total do fundo.