A CBA (CBAV3), controlada pelo grupo Votorantim, teve lucro líquido de R$ 511 milhões no segundo trimestre, crescimento de 29% sobre o mesmo período do ano passado, em meio a uma alta de 20% no preço médio do alumínio nos mercados internacionais.
O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado disparou 73% ante o segundo trimestre de 2021, para R$ 641 milhões, avançando 16% ante os primeiros três meses deste ano.
Analistas, em média, esperavam um Ebitda de R$ 587 milhões para a CBA no segundo trimestre, segundo dados da Refinitiv.
Mas as vendas da empresa no trimestre passado encolheram 6%, para 112 mil toneladas, atingidas em parte por uma queda na demanda dos setores de construção civil e de bens de consumo, que estão sendo impactados pela inflação alta e queda da renda das famílias. Estes setores são atendidos pelo segmento de transformados da CBA, que apurou baixa de 9% nas vendas do período.
O volume vendido ante o primeiro trimestre, porém, subiu 3%, empurrado pelo segmento de primários, que cresceu 6% nesta comparação.
A companhia apurou receita líquida de R$ 2,33 bilhões de abril ao fim de junho, avanço de 22% ante o segundo trimestre de 2021 e de 2% ante o primeiro deste ano. Enquanto isso, o custo dos produtos vendidos avançou 9% na comparação anual e recuou 4% na relação sequencial.
Exterior
A CBA afirmou que os estoques oficiais apurados na bolsa de metais de Londres (LME) encerraram junho no menor nível desde janeiro de 2001, caindo mais de 70% em relação ao final do primeiro semestre do ano passado, em meio aos impactos da guerra na Ucrânia.
O conflito reduziu oferta de energia na Europa e a produção de alumínio no continente caiu 5,6% no segundo trimestre sobre um ano antes, segundo o balanço da CBA.
Investimentos e dívida
A companhia investiu no segundo trimestre R$ 208 milhões, com a maior parte (115 milhões) em projetos de modernização e expansão. Um ano antes o investimento havia somado R$ 93 milhões.
Entre os projetos futuros da empresa estão trabalhos para o desenvolvimento de aplicação de folhas de alumínio como elemento de baterias de íon de lítio usadas em veículos elétricos, afirmou a CBA no balanço. Até agora, o produto é fabricado no Brasil apenas para aplicação em embalagens e outros segmentos.
A CBA terminou junho com dívida líquida de R$ 1,36 bilhão e uma alavancagem em relação ao Ebitda ajustado de 0,68 vez ante 2,36 vezes um ano antes.
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