O BDR da Aura Minerals subiu 197,6% em 12 meses até novembro, enquanto o BDR da Gold Fields avançou 159,5%. O levantamento, divulgado em primeira mão pelo InvestNews, é do aplicativo Grana Capital.
No caso da Aura, o rendimento com dividendos – ou dividend yield, que mede quanto uma ação paga em dividendos em relação ao seu preço atual – também lidera o ranking entre os Top 10 BDRs mais rentáveis até agora, o que significa que o investidor da empresa não apenas teve ganho de capital (com a alta do papel), mas também com o pagamento de renda (dividendos).
A onda de compra das ações das duas empresas tem a ver, claro, com a forte demanda pelo ouro, que disparou desde que as políticas comerciais agressivas do presidente americano, Donald Trump, foram colocadas em prática no começo do ano.
Com mais bancos centrais e mais investidores ao redor do mundo elevando as compras do metal para diversificar suas reservas e se proteger, a commodity só ganhou valor, enquanto a compra de dólares diminuiu e a moeda se enfraqueceu.
Entre os 20 BDRs de melhor desempenho na amostra de 200 papéis também estão representantes da tese de inteligência artificial, como a fabricante de chips Broadcom. O BDR da companhia (AVGO34) ficou em terceiro lugar em termos de retorno, com alta de 119,7% em 12 meses até o fim de novembro.
Em quarto lugar vem o BDR da Micron Technology (MUTC34), líder global em fornecimento de chips e componentes para computadores, smartphones, centros de dados e sistemas de IA. A alta foi de 118% em 12 meses até o fim de novembro.
A Aura Minerals nasceu como uma importante produtora de ouro e cobre com operações nas Américas a partir da também canadense Canadian Baldwin Holdings, fundada em 1946. Em 2006 teve o nome alterado para Aura Gold para focar exploração aurífera no Brasil e, mais tarde, foi reorganizada como Aura Minerals, após concluir em 2018 a fusão com a Rio Novo Gold (BVI).
A chegada efetiva ao Brasil veio do redirecionamento estratégico de 2006, com a aquisição do complexo EPP (Ernesto/Pau-a-Pique), conjunto de minas de ouro no Mato Grosso, anunciada em 2015 e concluída em 2016, quando o novo controle acionário foi estabelecido.
Já a Gold Fields é uma das mais antigas mineradoras de ouro do mundo, com origem no século XIX. A empresa foi criada como Gold Fields of South Africa Limited para explorar as grandes descobertas de ouro na região do Witwatersrand, na África do Sul.
Ao longo do tempo, a empresa expandiu suas operações e, em 1998, passou por uma fusão com a Gencor, criando a Gold Fields como é conhecida hoje. A companhia produz ouro em diversas regiões, com minas e projetos em países como Austrália, Canadá, Chile, Gana, Peru e África do Sul.