O maior criptoativo do mercado – que no final deste mês completa 17 anos, ainda um “adolescente” – é negociado na faixa dos US$ 111 mil na manhã desta segunda-feira (20), em alta de 3,10%.
É um cenário bem diferente do da semana passada, quando chegou a cair abaixo de US$ 104 mil, levantando preocupações sobre o futuro do setor.
Alguns fatores ajudam a explicar o retorno à estabilidade.
Menor tensão entre EUA e China: As relações entre as duas maiores economias do mundo parecem ter esfriado um pouco. No fim de semana, Donald Trump confirmou que vai se encontrar com Xi Jinping, o que trouxe “um alívio adicional ao sentimento global, sinalizando disposição para o diálogo e diminuindo a aversão ao risco”, disse Paulo Aragão, host do podcast Giro Bitcoin.
Expectativa por queda de juros. Nesta semana, os EUA divulgam o índice de inflação ao consumidor (CPI) de setembro – o principal termômetro de preços do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Se o dado vier dentro ou abaixo do esperado, reforça a narrativa de corte de juros no país – algo positivo para as criptos, que tendem a subir em ambientes de juros menores.
Porém, o mercado segue instável e cauteloso. A situação dos bancos regionais nos EUA continua frágil, e as tensões geopolíticas seguem elevadas, mantendo o clima de aversão ao risco. Conflitos como o de Israel e Hamas, por exemplo, ainda pesam sobre o sentimento global.
Além disso, o fluxo de capital institucional continua fraco – e ele é fundamental para sustentar os preços. Na semana passada, os ETFs (fundos negociados em bolsa) à vista de bitcoin nos EUA registraram saídas líquidas de US$ 1,23 bilhão, a segunda maior da história. Só na sexta-feira, as retiradas somaram US$ 366,6 milhões.
Veja as cotações das principais criptomoedas às 7h40:
Bitcoin (BTC): +3,10%, US$ 111.042,30
Ethereum (ETH): + 2,78%, US$ 4.044,60
XRP (XRP): +3,92%, US$ 2,47
BNB (BNB): + 2,48%, US$ 1.127,25
Solana (SOL): +2,19%, US$ 192,94
Outros destaques do mercado cripto
Baleias dão impulso em token. Uma das criptos que mais dispararam nesta segunda-feira foi a LINK, da plataforma Chainlink. A criptomoeda subiu 13% nas últimas 24 horas, contra 3,10% do bitcoin. Segundo o próprio projeto, parte do impulso vem das “baleias”, como são chamados os grandes investidores do mercado. A plataforma Lookonchain relatou que 30 novas carteiras acumularam 6.256.893 LINK (cerca de US$ 116,7 milhões) desde 11 de outubro, aproveitando o recuo recente nos preços.
Bancos japoneses poderão investir em criptos. A Agência de Serviços Financeiros do Japão (FSA) – que supervisiona todo o sistema financeiro do país – estuda permitir que bancos comprem e mantenham ativos digitais, como bitcoin, para fins de investimento. A proposta é que as criptos passem a ser tratadas como ações ou títulos. Além disso, o órgão considera registrar grupos bancários como operadores de câmbio de cripto, abrindo caminho para que possam oferecer serviços de negociação de tokens.