O desempenho recente mostra que o mercado já consegue absorver grande movimentações repentinas, como as vendas feitas por “baleias”, carteiras que remontam aos primeiros investidores em Bitcoin e permanecem inativas por muitos anos. Como o apelido indica, quando uma baleia se movimenta cria uma forte turbulência ao seu redor. Mas atualmente, com uma “profundidade” no mercado já significativa, de mais de US$ 2,3 trilhões só em termos de capitalização do Bitcoin, sua capacidade de absorver choques aumentou na mesma proporção.
Desde o início de julho, uma dessas contas antigas com 80 mil BTCs tem efetuado várias transações. Só na sexta-feira passada, o dono da carteira negociou no mercado 30 mil Bitcoins por meio da Galaxy Digital. No total, desde o começo do mês foram feitas vendas equivalentes a mais de US$ 9,5 bilhões. Esse investidor que não teve sua identidade revelada mantinha os ativos parados desde 2011.
Com as vendas na sexta-feira, o Bitcoin chegou a negociar na casa dos US$ 115 mil e fechou o dia um pouco acima, em US$ 116 mil. Mesmo assim, o mercado digeriu a pressão e voltou a subir.
Agora, ao longo da semana, os olhares se voltam para dois eventos decisivos nos Estados Unidos: a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que termina na quarta-feira (30), e o relatório de política cripto do governo americano, previsto para ser divulgado a mesma data. Sinalizações sobre possíveis cortes de juros e novas diretrizes regulatórias podem influenciar positivamente o rumo das criptomoedas nos próximos dias.
Às 8h30, esse era o desempenho das principais criptomoedas do mercado:
Bitcoin (BTC): +0,31%, US$ 118.651,39
Ethereum (ETH): +1,13%, US$ 3.874,95
XRP (XRP): +0,61%, US$ 3,22
BNB (BNB): +5,81%, US$ 845,60
Solana (SOL): +1,64%, US$ 191,48
Outros destaques do dia
Monero (XMR): + 1,24%, US$ 328,77
Dogecoin (DOGE): +0,97%, US$ 0,2404
Principais notícias do mercado cripto
Rússia usa cripto do Quirguistão para driblar sanções. A Rússia tem usado o setor de criptomoedas do Quirguistão para driblar sanções internacionais, segundo a TRM Labs. Praticamente inexistente até antes da guerra na Ucrânia, a indústria cripto quirguiz cresceu rapidamente a partir de 2022, impulsionada por demanda russa — e não por uso local. Nos últimos três anos, as plataformas do país movimentaram cerca de US$ 5 bilhões em “stablecoins” – criptos com lastro na moeda oficial de um país, como o dólar – ligadas a corretoras sancionadas como a Garantex, funcionando como canal para conversões de rublo em “dólar” cripto. A investigação também aponta conexões com grupos paramilitares e empresas chinesas, indicando o uso desses recursos para aquisição de bens com fins militares.
Rio negocia uso de USDT para pagamentos turísticos. A prefeitura do Rio de Janeiro está negociando com a Tether, emissora da stablecoin USDT, com lastro em dólar, para integrar a criptomoeda ao programa VisitRio, permitindo que turistas a usem para pagar por hospedagens, passeios e restaurantes, com direito a bônus e descontos. A iniciativa, em parceria com a exchange Bybit, faz parte do “CriptoRio”, política pública criada para posicionar a cidade como referência em blockchain e inovação digital. Além de impulsionar o turismo, o projeto prevê ações educativas e incentivos para novos usuários, fortalecendo o uso de cripto na economia local.