O mercado cripto parece uma montanha-russa nos últimos dias – um sobe e desce bravo. Hoje, pelo menos, o carrinho está no trecho da subida. O bitcoin (BTC) avança 7% nas últimas 24 horas e volta para a faixa dos US$ 93 mil.

As altcoins acompanham o embalo: o ethereum (ETH), que passa por uma nova atualização nesta quarta-feira (3), salta 9%, para a faixa dos US$ 3 mil, enquanto a solana (SOL) dispara 10%, para US$ 141,80, recuperando parte das perdas recentes.

O que animou o mercado?

Há uma pressão compradora – ainda tímida – se formando. Os ETFs de bitcoin dos Estados Unidos, por exemplo, registraram US$ 58 milhões em entradas líquidas ontem. Foi o quinto dia consecutivo de influxos positivos, algo que não acontecia desde o início de outubro.

“As tendências dos ETFs melhoraram significativamente. Os fluxos líquidos tornaram-se positivos, o que indica um renovado interesse institucional, apesar dos volumes de ETFs permanecerem abaixo do limite inferior da faixa de negociação”, disse a empresa de análise Glassnode em relatório desta semana.

Outras notícias também empurraram as criptos para cima. O Bank of America, um dos maiores bancos dos EUA, liberou alocação de até 4% em produtos de ativos digitais para clientes de alta renda. Lembrando que ontem a Vanguard, segunda maior gestora do mundo, deu sinal verde para clientes investirem em ETFs de criptos.

E tem mais vento a favor: a expectativa de corte de juros nos Estados Unidos. Segundo a ferramenta CME FedWatch, 89% dos agentes apostam em uma redução de 0,25 ponto percentual na próxima quarta-feira (10). Tesouradas nas taxas costumam dar um gás em ativos de risco, como as criptos.

Calma lá

Ainda assim, não é dia de soltar fogos. O ambiente segue delicado, segundo especialistas. A possível queda de juros no Japão ainda neste mês segue tirando o sono dos mercados porque pode mexer na liquidez global.

“A taxa livre de risco do Japão é importante devido ao carry trade que ela cria e à relevância dessa prática para o financiamento global”, lembrou o trader Jasper de Maere em relatório desta semana.

O tal do carry trade é uma estratégia comum no mercado global em que investidores tomam dinheiro emprestado em um país onde os juros são mais baixos e aplicam esse dinheiro em outro lugar com taxas mais altas.

Veja as cotações das principais criptomoedas às 10h:

Bitcoin (BTC):  +7%, US$ 93.040,10

Ethereum (ETH): +9,27%, US$ 3.083,50

XRP (XRP): +7,46%, US$ 2,17

BNB (BNB): +7,15%, US$ 901,45

Solana (SOL): +10,17%, US$ 141,80

Outros destaques do mercado cripto

Harvard escorrega no timing do bitcoin. A Universidade de Harvard revelou em novembro que saiu às compras e encheu o carrinho com quase meio bilhão de dólares do IBIT, o ETF de bitcoin da BlackRock. Só que, desde então, o BTC deslizou um bocado, deixando a instituição com um prejuízo estimado de 14% nas 4,9 milhões de cotas do fundo adquiridas no último trimestre, segundo o Wall Street Journal. Um lembrete de que nem as instituições mais tradicionais escapam do sobe e desce das criptos.

Congresso quer colocar ordem nas stablecoins. No meio de toda a volatilidade do mercado cripto, os parlamentares brasileiros seguem discutindo as regras do setor. Nesta semana, o deputado federal Lucas Ramos (PSB-PE) apresentou parecer ao Projeto de Lei nº 4.308, que disciplina as stablecoins – aquelas criptos atreladas a outros ativos. No texto, ele insiste que as plataformas locais adotem mecanismos de prevenção para evitar que esses tokens sejam usados em crimes.

Cartórios vão parar na blockchain – e já tem data. Os cartórios planejam colocar todos os registros de imóveis das capitais brasileiras na blockchain – a tecnologia por trás das criptos – já no 1º semestre de 2026. A ideia é que esses documentos se tornem autoexecutáveis: ou seja, quando um banco financiar um imóvel, o sistema poderá controlar o pagamento das parcelas e comunicar automaticamente eventuais atrasos. Tudo graças aos contratos inteligentes.

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