Motivo? Correu tudo bem com a Fusaka, atualização que a cripto ativou na quarta-feira (3). A novidade promete deixar a rede do ether mais rápida, eficiente e segura. Especialistas viram o movimento como positivo, alegrando até o criador do ativo digital.
“Sempre fico feliz em ver quando as pessoas reconhecem as mudanças de protocolo que adicionam invariantes rígidas, melhorando a segurança e a adaptabilidade futura do protocolo”, disse o ‘pai’ do ethereum, Vitalik Buterin, em post nas redes sociais.
O otimiso com o “upgrade” também atingiu os ETFs (fundos negociados em bolsa) de ethereum nos EUA, que registraram US$ 140 milhões em entradas ontem, revertendo saídas de quase US$ 80 milhões nos dois dias anteriores.
E o bitcoin?
O bitcoin (BTC), por outro lado, segue meio sonolento, cochilando na faixa dos US$ 93 mil desde ontem. O cenário macro tem dado algum suporte: a expectativa de cortes de juros nos EUA segue alta, especialmente após os dados de emprego divulgados ontem.
O país fechou 32 mil vagas de trabalho no setor privado, reforçando a narrativa de cortes de juros, já que menos pessoas trabalhando significa menor consumo e crescimento econômico mais fraco – ambiente ideal para estímulo monetário.
Apesar do otimismo, as preocupações permanecem, especialmente com o possível aumento nos juros no Japão, que provocou um movimento global de ajuste de posições ligadas ao carry trade – estratégia em que investidores tomam dívida em ienes (juros baixos) para investir em títulos de países com juros mais altos.
“Caso o BoJ (o banco central do país) aumente juros, o diferencial do carry trade diminui, e investidores precisam desmontar posições. Como são operações que envolvem trilhões de dólares, a desmontagem exige liquidez imediata, resultando na venda de ativos de risco, incluindo bitcoin, para pagar empréstimos”, disse a equipe de research do Mercado Bitcoin, em relatório.
Os ETFs americanos de bitcoin, que vinham registrando entradas, também voltaram a ficar negativos na quarta, com saídas de quase US$ 15 milhões.
Veja as cotações das principais criptomoedas às 10h:
Bitcoin (BTC): -0,10%, US$ 93.050,03
Ethereum (ETH): +3%, US$ 3.178,99
XRP (XRP): -1,50%, US$ 2.14
BNB (BNB): +0,80%, US$ 909,70
Solana (SOL): +0,67%, US$ 142,17
Outros destaques do mercado cripto
Ethereum em alta no Brasil. Os brasileiros seguiram firmes nas negociações da cripto em novembro. O volume total somou R$ 1,22 bilhão, praticamente repetindo o ritmo de outubro. E dezembro já começou acelerado: só nos primeiros dias, R$ 146 milhões trocaram de mãos. Claro, ainda não chega nem perto do gigantismo do bitcoin – que movimentou R$ 4,84 bilhões no mês passado e R$ 645 milhões nas primeiras 72 horas deste mês -, mas mostra que o interesse local pelo ether segue sólido.
As donas do volume. Só que quando o assunto é movimentação, quem realmente domina o fluxo por aqui, deixando bitcoin e ethereum no chinelo, são as stablecoins. Em evento recente, o auditor da Receita Federal Flavio Correa Prado revelou que essas criptos já respondem por 90% do volume mensal negociado no país – algo entre R$ 31 bilhões e R$ 42 bilhões. E o apetite só tende a crescer: segundo ele, esse valor pode chegar a R$ 48 bilhões até 2030. É dinheiro que não acaba mais.
Nova chefe da maior corretora cripto. A Binance, maior exchange cripto do mundo, agora tem uma mulher no topo da liderança. A cofundadora Yi He foi nomeada co-CEO ontem e dividirá o comando com o CEO Richard Teng, que assumiu o posto após a queda de Changpeng Zhao, que chegou a ficar preso por quatro meses nos EUA por irregularidades na gestão da empresa, mas foi recentemente perdoado por Donald Trump. Com a mudança, Yi He promete expandir ainda mais a presença global da Binance – e dar novo impulso à gigante cripto.