Os fundos de investimento ligados a criptoativos, inclusive aqueles dedicados à compra de ativos à vista ou com contratos futuros atrelados ao Bitcoin, registraram retiradas expressivas na última semana, com destaque para os ETFs – fundos com cotas negociadas em bolsa de valores – dos Estados Unidos.

No caso dos fundos de criptoativos em geral, o saldo ficou negativo em US$ 223 milhões, segundo o site CoinShares, que monitora os fluxos em produtos de grandes gestoras como BlackRock, Fidelity, Grayscale, Bitwise e outras.

Já os ETFs dedicados à negociação de Bitcoin à vista anotaram saídas de US$  642,9 milhões. Esse número não considera os produtos que compram contratos futuros. No total, incluindo eles, os fundos de BTC tiveram um saldo negativo de US$ 404 milhões, mesmo com o ativo ainda atraindo US$ 20 bilhões em compras no ano.

No caso do Ethereum, a direção foi oposta, atraindo US$ 133 milhões em novos investimentos e completando 15 semanas seguidas de captação positiva, o que não acontecia desde 2021. Outras altcoins – XRP, Solana e Sei – também fecharam a semana no azul, com destaque para o XRP, que captou US$ 31,2 milhões.

A mudança de cenário começou na segunda metade do mês, quando investidores reagiram ao discurso mais rígido do Federal Reserve e à divulgação de dados econômicos fortes nos Estados Unidos, como o Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado. Juros mais baixos representam um potencial grande de migração de recursos para carteiras de criptoativos.

Mesmo com dados de emprego mais fracos no fim da semana nos EUA, que poderiam sinalizar uma possível mudança de postura do banco central americano, o sentimento de cautela predominou. Só na sexta-feira, os resgates superaram US$ 1 bilhão.

No recorte geográfico, os Estados Unidos concentraram a maior parte das retiradas, seguidos por Alemanha e Suécia. Por outro lado, Hong Kong e Suíça registraram volumes significativos de novos investimentos — US$ 170,4 milhões e US$ 52,4 milhões, respectivamente, ajudando a equilibrar o fluxo global.

Desempenho das principais criptomoedas do mercado

O mercado cripto começa a semana em leve alta, com o Bitcoin subindo 0,6%, a US$ 114.401. O valor total do setor soma US$ 3,72 trilhões, com alta de 0,7% nas últimas 24h. A dominância do BTC segue firme, em 61,2%, refletindo foco dos investidores em ativos mais estáveis.

Às 8h22 da manhã, as principais criptomoedas operavam em queda:

Bitcoin (BTC): + 0,10%, US$ 114.273,79

Ethereum (ETH): + 1,32%, US$ 3.552,72

XRP (XRP): + 3,13%, US$ 2,98

BNB (BNB): + 0,43%, US$ 755,53

Solana (SOL): – 0,48%, US$ 161,88

Outros destaques do dia

TRON (TRX): + 0,88%, US$ 0,3299

Monero (XMR): – 5,78%, US$ 309,60

Principais notícias do mercado cripto

SEC, “CVM dos EUA”, lança iniciativa para revisar regulação de ativos digitais. A SEC (Securities and Exchange Commission), a comissão responsável por supervisionar o mercado financeiro nos EUA — equivalente à CVM no Brasil —, lançou o Projeto Crypto, uma iniciativa para modernizar sua atuação diante do avanço das criptomoedas. O plano propõe diretrizes mais claras para o setor, como a separação entre o que deve ser tratado como commodity (caso da maioria das criptos) e o que se enquadra como valor mobiliário. A proposta também flexibiliza o licenciamento de corretoras e garante o direito à autocustódia, permitindo que o investidor mantenha seus ativos sem depender de intermediários. As informações são da Cointelegraph.

Trump Media aposta em token próprio e carteira digital para impulsionar receita. A Trump Media & Technology Group (TMTG), empresa de Donald Trump que controla a rede social Truth Social, anunciou o desenvolvimento de um token digital como parte de uma estratégia para diversificar suas fontes de receita. O token será integrado aos serviços da plataforma e ao pacote de assinatura Patriot Package (ainda em fase de testes), permitindo que os usuários acumulem “gems” — pontos que poderão ser convertidos em tokens para pagamentos ou benefícios dentro do próprio ecossistema. Segundo o site The Block, a empresa também está criando uma carteira digital para viabilizar essa função.