Pelo acordo firmado entre a instituição e a bolsa cripto, a partir de 2026, clientes do maior banco dos Estados Unidos poderão vincular suas contas diretamente à corretora, transferir pontos de cartão de crédito para stablecoins como USDC e até financiar compras cripto com seus cartões de crédito.
O que já foi visto como arriscado ou até mesmo esnobado pelo mercado tradicional, agora passa a ser considerado, ainda que com cautela, como mais uma frente para os serviços financeiros. A parceria com a Coinbase é apenas um dos sinais dessa mudança de postura: o banco também avalia oferecer empréstimos com garantia em criptoativos e vem desenvolvendo soluções próprias com blockchain e ativos digitais.
Outros bancos tradicionais, como o PNC, também começaram a explorar o setor, firmando parcerias com exchanges para oferecer negociação de criptoativos aos seus clientes. De serviços de custódia à integração com programas de fidelidade, as instituições parecem buscar formas de se adaptar a uma demanda crescente por inovação e maior flexibilidade nas finanças.
Outros gigantes financeiros americanos, como o Morgan Stanley e o Goldman Sachs oferecem negociações de criptoativos a clientes, mas apenas para aqueles de altíssimo patrimônio ou institucionais.
Embora ainda esteja nos estágios iniciais, essa aproximação entre bancos e criptomoedas pode marcar o começo de uma nova fase. A regulamentação mais clara nos EUA e o amadurecimento do mercado, que já ultrapassa os US$ 4 trilhões em capitalização, indicam que, mesmo sem consenso sobre o futuro, o setor deve passar por uma expansão na medida em que passarem a ter uma regulação mais clara e eficaz e uma intermediação financeira mais robusta e segura.
Casa Branca detalha regulação, mas deixa dúvidas sobre reserva de bitcoin
O aguardado relatório sobre políticas para criptomoedas, divulgado na quarta-feira (30) pela Casa Branca, não correspondeu às expectativas do mercado cripto. O documento, elaborado por um grupo de trabalho nomeado por Donald Trump, detalha propostas regulatórias para o setor, incluindo normas para stablecoins, impostos, finanças descentralizadas e a possível criação de uma reserva estratégica de ativos digitais — ponto que havia sido antecipado como prioridade pela atual administração.
Porém, faltou o mais importante na visão dos investidores cirpto. O relatório não fez nenhum avanço sobre a estruturação da reserva estratégica de criptoativos, que foi criada pelo presidente americano Donald Trump, em março por meio de uma ordem executiva, mas que ainda não tem nenhum detalhe de como vai funcionar, estrutura de gestão ou políticas.
Analistas avaliam ainda que faltou, por exemplo, definir os critérios para a custódia soberana de criptoativos, que o governo já detém. Os EUA possuem 198 mil BTCs sob custódia adquiridos por meio de confiscos judiciais relacionados a atividades criminais e civis, como crimes financeiros e fraudes. Na leitura do mercado, a ausência de um cronograma ou de metas objetivas pode ter esfriado parte do entusiasmo que vinha alimentando o recente rali das criptomoedas.
De toda forma, o relatório marca um avanço no debate institucional sobre criptoativos nos Estados Unidos e reforça o movimento de aproximação entre a atual administração e a indústria. Caso as propostas avancem no Congresso, elas podem inaugurar um novo ciclo de regulamentação e, potencialmente, de adoção em larga escala.
Desempenho das principais criptomoedas do mercado
Às 8h40 da manhã, as principais criptomoedas operavam em alta:
Bitcoin (BTC): + 0,41%, US$ 118.380,51
Ethereum (ETH): + 2,18%, US$ 3.841,25
XRP (XRP): + 2,83%, US$ 3,15
BNB (BNB): + 1,41%, US$ 801,90
Solana (SOL): + 2,01%, US$ 181,02
Outros destaques do dia
Dogecoin (DOGE): + 2,48%, US$ 0,2226
Principais notícias do mercado cripto
Twenty One Capital pode lançar empréstimos em dólar com garantia em Bitcoin. A gestora Twenty One Capital, apoiada por gigantes como Tether, Bitfinex e Cantor Fitzgerald, estuda oferecer empréstimos em dólares com garantia em Bitcoin, segundo a Bloomberg. A estratégia marca uma mudança em relação ao modelo tradicional de apenas manter BTC em carteira. Com cerca de US$ 5,1 bilhões em reservas — incluindo a recente compra de 5.800 BTC da Tether — a empresa busca ampliar suas formas de rentabilizar os ativos. A movimentação reflete uma tendência mais ampla no mercado: grandes players estão explorando empréstimos, derivativos e staking, processo que permite obter rendimento ao travar criptomoedas para validar transações na blockchain, para gerar receita com criptoativos antes considerados “parados” nos balanços.
Ether Machine reforça aposta em ETH e mira IPO na Nasdaq. A Ether Machine, empresa de investimentos especializada em criptoativos, anunciou a compra de 15.000 unidades de Ethereum (ETH) por US$ 56,9 milhões, elevando seu total para 334.757 ETH — valor que agora supera as reservas da própria Ethereum Foundation, estimadas em cerca de 234 mil unidades. A aquisição, realizada com recursos de uma colocação privada, faz parte da estratégia de longo prazo da companhia de acumular e manter ETH como ativo estratégico, especialmente em um momento simbólico: o anúncio coincidiu com o 10º aniversário da rede Ethereum. A empresa, formada a partir da fusão entre a Ether Reserve e a Dynamix Corp., planeja abrir capital na Nasdaq sob o ticker ETHM ainda este ano, com expectativa de levantar até US$ 1,6 bilhão. Para os fundadores, o ETH representa mais do que um investimento financeiro — é visto como a espinha dorsal de uma nova economia digital baseada em blockchain.