“Estamos gerando mais caixa e com melhor gestão operacional. Mesmo diante de um ciclo apertado nos Estados Unidos, conseguimos entregar crescimento e rentabilidade”, afirmou o CFO David Tang, em conversa com jornalistas nesta quinta-feira (14).
Na América do Sul, a Marfrig teve receita líquida de R$ 4 bilhões, avanço de 10% no ano, com volume 7,8% maior. O Ebitda da região foi de R$ 439 milhões, com margem de 10,9%. As exportações representaram 55% da receita.
“Estamos direcionando produtos de maior valor agregado ao mercado interno. Cerca de 75% dos industrializados do Brasil e Argentina são vendidos localmente, e temos aumentado o foco em marcas premium”, afirmou Mendonça, disse Rui Mendonça, CEO da operação sul-americana da companhia.
Após o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos à carne brasileira em 6 de agosto, a Marfrig declarou que o impacto é marginal. As exportações vindas do Brasil somam apenas 2,1% da receita da operação sul-americana e 0,18% do faturamento consolidado.
“Redirecionamos rapidamente a produção. O que antes ia para os EUA foi absorvido por outros mercados ou destinado à produção de processados, como hambúrgueres”, afirmou Mendonça. Ele acrescentou que 24 novas habilitações internacionais foram obtidas em 2025.
Nos EUA, a empresa enfrentou margens comprimidas devido à alta no preço do gado, mas ainda assim obteve receita de US$ 3,3 bilhões, alta de 5,3%, e Ebitda positivo de US$ 25 milhões, com margem de 0,8%.
“Apesar do ambiente desafiador, a demanda por carne bovina segue forte. Esperamos melhora nas margens a partir de 2027, com base em dados de retenção de gado e redução de abate de vacas”, disse Tim Klein, CEO da operação norte-americana.
A Marfrig aguarda agora a definição do Cade sobre a fusão com a BRF, que deve ser analisada a partir do dia 20 de agosto. A nova companhia, que será batizada de MBRF, terá presença global e receita combinada estimada em R$ 152 bilhões.